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Capital

A dois dias de fechar de novo, até lojistas desistiram da rodoviária

Quem precisa trabalhar de todo jeito ou fazer conexão são as pessoas que utilizam os transporte intermunicial durante a pandemia

Tainá Jara e Liniker Ribeiro | 03/06/2020 16:02
Rodoviária volta a fechar as portas devido a pandemia do novo coronavírus (Foto: Kisie Ainoã)
Rodoviária volta a fechar as portas devido a pandemia do novo coronavírus (Foto: Kisie Ainoã)

A dois dias do novo fechamento, em decorrência da pandemia do novo coronavírus, o movimento é baixo na Rodoviária de Campo Grande. O transporte intermunicipal serve a quem precisa trabalhar de qualquer jeito ou quem precisa passar pela Capital para fazer uma conexão com outro estado. Entretanto, mesmo quem é impactado pela desativação temporária do local aprova a medida de prevenção.

Fechado pela primeira vez no dia 24 de março, por determinação da prefeitura, o terminal foi reaberto em 25 de abril e terá as atividades suspensas novamente na próxima sexta-feira. A medida precisa ser tomada novamente, conforme o prefeito Marquinhos Trad, para evitar que a Capital “importe” casos de covid-19 do interior. Em menos de dez dias, foram mais de 1 mil casos registrados em municípios como Dourados, Rio Brilhante e Ponta Porã.

Capataz de fazenda, Rosalino Aparecido, tem 24 anos, costuma vir até a Capital para fazer compras pelo menos uma vez no mês. Apesar do transtorno, ele aprova o fechamento do terminal como medida de prevenção. “Para mim é tranquilo”, afirmou.

Morador de Resende, no Rio de Janeiro, o motorista, Helton Fernando Landim, 29 anos, costuma utilizar o terminal para voltar para casa, depois de trazer caminhões novos de uma concessionária para revenda na Capital. O trajeto costuma se repetir pelo menos três vezes por mês e será suspenso pela segunda vez neste ano.

O fechamento da rodoviária provavelmente vai impactar no serviço. “Eu não vou ter como voltar”, afirmou.

O torneiro mecânico, Marcelo Machado, 43 anos, mora em Dourados e Trabalha em Cuiabá. Ele costuma vir para o Estado duas vezes por anos e avalia que não será tão impactado pelo fechamento da rodoviária, além de aprovar a medida. “Aqui o pessoal anda sem máscara inclusive eu acho uma falta de respeito. Então, é melhor fechar mesmo”, afirmou.

Lojistas – Mais do que passageiros, os lojistas da rodoviária sentem o impacto da queda no movimento. Johnny Almeida, de 35 anos, trabalha a mais de dois anos no local e tinha acabado de adquirir um segundo quiosque para venda de produtos para viagem. A estrutura funcionou por apenas 30 dias antes da pandemia.

“É minha fonte de renda. Meu trabalho direto. Estou tendo que mudar meu cenário. Diferenciar minhas vendas, porque com apenas viagens interestaduais o fluxo é este aqui”, afirmou apontando para o saguão.

Na tarde de hoje, ele foi até o local retirar produtos para tentar vender de outras formas e manter da renda. O que aliviou é que, segundo ele, não é necessário pagar aluguel de R$ 7 mil mensais durante este período, apenas uma taxa de manutenção.

Entre as empresas de transporte intermunicipal e estadual, a estimativa é de R$ 13 milhões e fechamento de cerca de 400 empregos.

Concessionária e reembolsos – Em nota, a Concessionária do Terminal Rodoviário de Campo Grande, afirmou que atendendo ao cumprimento ao decreto nº 14.332, assinado e publicado pela Prefeitura de Campo Grande, em 2 de junho de 2020, as atividades do terminal serão temporariamente paralisadas a partir da 00h desta sexta-feira e assim devem permanecer pelo período de 30 dias, podendo ser prorrogado.

“Desde a retomada da operação no espaço, em 25 de abril, a administradora implementou medidas de biossegurança, alinhadas junto à Prefeitura da cidade, com o objetivo de minimizar riscos de contágio e garantir a segurança de passageiros, usuários, colaboradores e parceiros”, afirmou.

Diante de informações que indicam o avanço da covid-19 no estado, a Concessionária seguirá atendendo as determinações dos órgãos responsáveis para contribuir na contenção da disseminação do vírus. Porém, lembrou que não possui poder de fiscalização, regulamentação e autuação de empresas de ônibus que descumprem determinações de órgãos oficiais.

Para informações sobre os procedimentos adotados para remarcações ou reembolso de passagens, a orientação é buscar diretamente as empresas de ônibus.

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