Bebê, Vicente já ganhou carro de pais que formam legião de loucos por Fusca

Aos 7 meses de vida, Vicente já tem um Fusca azul 77, todo original, para chamar de seu. A paixão começou com o avô, passou para o pai, depois para a esposa e começou muito, mas muito cedo na história do menino. A relação do bebê com o carro surgiu na gestação, em mais de 5 mil quilômetros rodados ainda na barriga da mãe . Até o chá de revelação do sexo da criança teve o Fusca como sensação, com direito a divulgação do segredo dentro do veículo.

Neste domingo, a família inteira, incluindo o carro, reforçava a legião de apaixonados pelo veículo durante mais uma “Fusqueata” realizada em Campo Grande, desta vez especial, em comemoração ao Dia Nacional do Fusca e aos 60 anos de produção do carro no Brasil.

O encontro contou com cerca de 80 pessoas e 50 modelos do carro que desde 1959 provoca grandes amores, Dentre eles, a família de Vicente. O pai é presidente da Confraria Apaixonados por Fuscas e Derivados de Mato Grosso do Sul, Vinícius de Souza Almeida. A esposa Marcella Crivellaro, de 29, caso e junto encarou a missão de ser mais uma a valorizar o velhinho de 4 rodas.

“Toda família tem um histórico de Fusca, pelo menos uma pessoa deve ter tido o carro alguma vez na vida. A minha começou em 2010 quando o meu pai me trouxe o dele do Rio de Janeiro, eu precisei viajar durante uns meses, minha esposa ficou com ele durante esse tempo e também acabou se apaixonando pelo carro”, contou.

Marcella havia acabado de tirar a carteira de motorista quando precisou encarar o carro. “Eu só tinha ele por seis meses e ele nunca me deixou na mão. Depois tivemos que vender para um amigo e já dissemos que era para ele avisar quando não quisesse mais e dai compramos ele de volta um tempo depois. Quando estava grávida de quase cinco meses, nós rodamos 5.400 km pelo país, passamos pelo Rio, Curitiba, Santa Catarina e Olímpia”.

No final da gravidez, o Fusca 68 virou cenário da revelação de os dois receberiam um menino em casa. “Assim que o Vicente nasceu, Vinícius comprou outro carro antigo e agora demos um 77 de presente”, conta Marcella.

A reunião do maior clube de Campo Grande acontece mensalmente e chama atenção por onde passa. O motorista de aplicativo, Lucas Pablo Gilabal, de 27 anos, foi um que não resistiu a pararno posto onde todos estavam concentrados. “Eu estava trabalhando quando passei por aqui e parei para ver. É lindo demais, sempre fui apaixonado por esse carro, ainda não tenho o meu, mas com certeza pretendo ter”, disse.

Sandro Pelintra, de 45 anos, foi mesmo para participar. Ele conta que a família toda já teve um modelo. De São Paulo, ele vive por aqui há mais de 30 anos. “Eu pai trocava minha fralda em um”. Ruivo, o comerciante brinca que a ferrugem está no sangue e na pele.

Apesar de todo amor herdado pelo carro, há quem caiu no meio de paraquedas, mas também não conseguiu fugir. “Na verdade eu comprei o meu há quatro anos com o intuito de reformar e vender, mas durante esse processo fui me apaixonando e hoje ele tem até nome ‘Smurf”, explica o militar Luís Paulo Domingos, de 30 anos.