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Capital

Prefeitura coloca terreno à venda e comunidade pode perder igreja

Área pertence ao município e vale mais de R$ 1,4 milhão, dinheiro que a Arquidiocese não tem

Osvaldo Júnior | 28/05/2017 14:10
Área onde está comunidade Nossa Senhora das Graças (Foto: André Bittar)
Área onde está comunidade Nossa Senhora das Graças (Foto: André Bittar)
Parte interna da igreja (Foto: André Bittar)
Parte interna da igreja (Foto: André Bittar)

Colocada à venda pela Prefeitura de Campo Grande por R$ 1,445 milhão, uma área no Bairro Vilas Boas pode deixar de abrigar a comunidade católica Nossa Senhora das Graças. Para que a igreja permaneça no local, a Arquidiocese manifestou interesse na aquisição do imóvel e vai oferecer dois terrenos como parte da transação.

O processo de desafetação se iniciou em 2003, com a publicação da Lei 4.114, do dia 8 de dezembro daquele ano, na gestão do então prefeito André Puccinelli. Essa lei autorizou o Executivo municipal a desafetar diversas áreas públicas, entre as quais os quatro terrenos, onde estão as instalações da comunidade Nossa Senhora das Graças. A área é de 2.121,73 metros quadrados.

Desde a publicação da lei, diversas pessoas e instituições já foram notificadas e algumas áreas já foram regularizadas. No caso da igreja do Bairro Vilas Boas, a notificação é de 2 de abril deste ano, conforme informou o coordenador do CPC (Conselho Pastoral Comunitário), Marcos Vieira. “É um processo normal”, frisou.

Na notificação, a prefeitura deu prazo de 60 dias para a Arquidiocese de Campo Grande manifestar interesse na compra da área. No dia 8 deste mês, a assessoria jurídica da Arquidiocese informou ao município que quer adquirir os terrenos. O problema é que não teria todo o dinheiro.

Conforme Vieira, uma das saídas pensadas pela Igreja é a de fazer permuta com o município. “A Arquidiocese está verificando o valor de dois terrenos que ela têm no Jardim Auxiliadora para oferecer como permuta à prefeitura”, contou. Quanto ao restante, a Arquidiocese pagaria em espécie.

“Claro que estamos preocupados, mas não é uma situação desesperadora e pode, perfeitamente, ser resolvida”, acredita o coordenador. Ele conta que toda a quadra, onde estão a igreja e outros imóveis, era da prefeitura. “Essas áreas foram sendo cedidas sem documentação”, lembra-se. Os vizinhos da igreja já regularizaram a propriedade de seus imóveis.

Na área vizinha da comunidade, está instalada a TV Imaculada Conceição, que também tem interesse na compra do imóvel. Isso significa que, caso a negociação da Arquidiocese com a prefeitura não avance, a área poderá ser adquirida pelo canal televisivo.

A igreja foi construída há aproximadamente 25 anos, com recursos da própria comunidade, angariados com festas e doações. “Acredito que não vamos precisar sair daqui não. Tudo será resolvido”, reforçou Marcos Vieira.

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