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Capital

Defesa de comparsa ajoelha por perdão e chama ré de "maldição"

Defensor público ajoelhou em frente a familiares da vítima e pediu perdão por "qualquer coisa que pudesse magoá-los"

Luana Rodrigues e Amanda Bogo | 29/03/2017 17:03
Gabriela Antunes e Emilly Karoliny no banco dos réus. (Foto: André Bittar)
Gabriela Antunes e Emilly Karoliny no banco dos réus. (Foto: André Bittar)
Defensor público, Rodrigo Antonio Stochiero. (Foto: Amanda Bogo)
Defensor público, Rodrigo Antonio Stochiero. (Foto: Amanda Bogo)

Ajoelhado em frente à família da vítima, o defensor público Rodrigo Antonio Stochiero, pediu perdão pela defesa que faria em nome de Emilly Karoliny Leite, 21 anos, na tarde desta quarta-feira (29). A jovem é acusada de participar da morte da manicure Jennifer Nayara Guilhermete de Moraes, 22, e está sendo julgada junto com Gabriela dos Santos Antunes, 21 anos, desde o início da manhã de hoje.

Ante mesmo de começar a falar sobre o caso, Stochiero se ajoelhou em frente as cadeiras onde estavam sentados familiares de Jennifer e iniciou um pedido de perdão. “Peço perdão por qualquer coisa que eu possa dizer que venha a magoá-los. Sei que nestes casos, quem mais sofre, além das vítimas, é a família”, disse.

Após o pedido de perdão, o defensor rebateu a promotoria, pedindo ao júri que analise que Emily ‘apenas participou do crime’, sempre seguindo os desmandos de Gabriela. "Gabriela é uma maldita companhia para Emily. É uma maldição. Ela (Emilly) tem uma fragilidade estranha e é altamente influenciável”, relatou o defensor.

Stochiero usou a palavra por mais de uma hora, desde que o júri voltou do almoço, às 13h. Em seguida, o juiz deu uma pausa de cinco minutos no julgamento e depois concedeu à advogada de Gabriela, Estella Bauermeister Oliveira, o direito de se pronunciar.

Sem intenção - Gabriela dos Santos alegou durante o seu depoimento que atirou apenas para assustar a vítima e não tinha a intenção de matá-la. “Dei os primeiros dois tiros para intimidar ela, mas Jennifer debochou, me chamou de corna. Os disparos não foram para acertar, mas ela virou o rosto e acabou pegando nela”, disse, no Fórum de Campo Grande.

O crime aconteceu em 15 de janeiro de 2016. Gabriela, que foi eleita Miss Primavera no presídio feminino de Campo Grande, Emilly Karoliny Leite, 21, também julgada hoje, e uma adolescente, de 16, atraíram Jennifer até a Cachoeira do Céuzinho, na saída para Rochedo, perto da MS-080. Lá a mataram e jogaram o corpo de uma altura de 25 metros.

De acordo com as investigações, o crime foi motivado por ciúmes. Há quatro anos, Jennifer foi namorada de Alisson Patrick Vieira, que era o marido de Gabriela, e na época do crime, havia boatos que os ex-namorados haviam reatado.

No depoimento dado ao júri, Emily e Gabriela negaram que jogaram o corpo da vítima do penhasco. Ambas explicaram que após a balearem, supostamente de maneira não intencional, correram até o carro e a deixaram sozinha com a adolescente.

“A última pessoa a ver Jennifer com vida foi ela (adolescente). O laudo confirmou que ela não morreu por causa dos tiros, mas sim com lesão na coluna cervical por conta da queda, que eu não vi”, disse a acusada.

A expectativa e de que o veredicto do júri seja anunciado por volta das 21h, mas há possibilidade de o julgamento ser prolongado até amanhão.

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