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Capital

“Deveriam ter avisado antes”, reclamam pais sobre a greve dos ônibus

A última greve dos ônibus em Campo Grande foi no ano de 1994

Viviane Oliveira, Bruna Marques e Mirian Machado | 21/06/2022 12:30
Valdemir buscando a filha na escola, no fim da manhã desta terça-feira (Foto: Henrique Kawaminami) 
Valdemir buscando a filha na escola, no fim da manhã desta terça-feira (Foto: Henrique Kawaminami)

Pegos de surpresa pela greve dos ônibus nesta terça-feira (21), pais e alunos reclamaram da situação. “Acho que deveriam ter avisado antes”, desabafou o agente de saúde aposentado Valdemir Gamarra Gauna, de 65 anos, que aguardava a filha de 17 anos, em frente à Escola Estadual Joaquim Murtinho.

Segundo ele, a filha só ficou sabendo que não teria ônibus ao ser avisada pelos vizinhos. “Eu trouxe ela de moto. Foi uma surpresa, porque não avisaram pra gente se preparar. Ainda bem que tem como ela vir. E para quem não tem? No caminho da escola, vi muitos alunos voltando para a casa porque não tinham como vir.

O gestor Ademir Grance, de 54 anos, também aguardava, na porta do colégio, o filho de 16 anos. Antes disso, ele havia passado na faculdade para pegar o mais velho, de 23 anos.  Ele concorda com a paralisação, mas questionou o preço dos combustíveis. “O combustível sobe e a greve começa. Como faz? A gente ri para não chorar", reclamou

Os dois filhos de Ademir dependem diariamente de ônibus. "Avisaram no grupo da faculdade do meu filho que não teria o coletivo hoje. Trouxe eles e levei minha esposa para o trabalho. Vou ter que buscá-la no fim da tarde. Não sei o motivo da greve, mas ouvi que foi por falta de pagamento. Essa é a forma que eles têm de chamar atenção”.

Alunos na saída da Escola Estadual Joaquim Murtinho (Foto: Henrique Kawaminami) 
Alunos na saída da Escola Estadual Joaquim Murtinho (Foto: Henrique Kawaminami)

A estudante Yasmim Rodrigues, de 16 anos, saía da escola e seguia para a clínica onde trabalha, no Centro, como menor aprendiz. “Eu saio às 18h. Depois vou ter que ir embora a pé para a casa, na Avenida Júlio de Castilho. Minha mãe não tem como vir me buscar, ela operou da cervical”, contou. Ela disse que só foi para a escola hoje porque foi de Uber, de carona com uma amiga, e tinha três provas. Sorte que a escola cancelou duas delas.

A promotora de vendas Geisy Carvalho, de 41 anos, também acredita que a paralisação deveria ter sido avisada com antecedência. No intervalo para o almoço, ela saiu correndo do trabalho para ir buscar a filha na Escola Estadual Hércules Maymone.  “Que correria. Minha filha me avisou em cima da hora. A gente não sabia que não teria ônibus hoje. Nós duas chegamos atrasadas. Ela na escola e eu no trabalho. Eu não sou contra a greve, mas acho que deveriam ter avisado antes”, destacou.

O estudante Fhilipe Germano, de 23 anos, também teve a rotina alterada por causa da greve. Ele aguardava a esposa, que é professora. "Ela sempre vai e volta de ônibus”. Em relação à greve, o rapaz disse que concorda com a paralisação dos motoristas, porque eles estão sem salário. “Ficar sem receber em época de crise econômica, não dá. Isso faz a gente questionar o que é feito com o valor das passagens”.

A greve do transporte coletivo afeta 160 mil pessoas. A última greve dos ônibus em Campo Grande foi no ano de 1994. Desde então, as paralisações foram resolvidas em questão de horas. Hoje, o movimento grevista cobra o pagamento de salários dos funcionários do Consórcio Guaicurus.

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