Na Afonso Pena, manifestantes voltam a vestir verde e amarelo por Bolsonaro
Com fogos, hinos, faixas e buzinaço, mais de 200 pessoas já estão concentradas em frente ao MPF (Ministério Público Federal), na Avenida Afonso Pena, para a manifestação em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). O evento estava marcado para começar às 15h30. Quatro quadras depois, outro grupo também já começou a se organizar, para sair em comboio, se encontrar com a turma do MPF e continuar até os Altos do Afonso Pena.
Um grupo defende com maior enfase o governo Bolsonaro e outro diz que as bandeiras reais são as reformas em discussão hoje no Congresso. Entre os empresários que se organizam na esquina da Rua Paraíba, com a Afonso Pena, o discurso é de que, independente do nome do presidente, o que interessa hoje é aprovar as mudanças necessárias para o País voltar a crescer.
O promotor de eventos e radialista Joacir Moreira, o Cachopa, é um dos nomes a frente do protesto em Campo Grande. Na frente do MPF, ele diz que a manifestação é pró-Bolsonaro, que, na opinião dele, hoje tem a gestão comprometida por falta de apoio da Câmara e do Senado. ''Não dá para julgar cinco meses de trabalho de uma pessoa. Para limpar essa bagunça ele precisaria de, no mínimo, quatro anos'', defende.
No mesmo grupo, o empresário Júlio Nunes, outro a fazer parte da organização, afirma que além do apoio a Bolsonaro, a manifestação também vai cobrar a aprovação da reforma da Previdência, reforma Tributária, pacote anticrime, além do pedido para que a Funai (Fundação Nacional do Índio) fique com o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, já que voltou para o Ministério da Justiça. ''Vamos dar apoio incondicional ao Bolsonaro. Quando elegemos o elegemos, demos uma procuração a ele. Estamos aqui para apoiar as lutas", defendeu.
O servidor público Miguel de Souza, 32 anos, chegou ao ponto de concentração às 14h, bem antes do horário da convocação. Junto de amigos, ele falou sobre a falta de apoio que o presidente vem enfrentando na Câmara e no Senado e defende a mobilização como necessária para que o país volte a ser como era antes.''Essa falta de apoio já era prevista. Já que nós elegemos ele, temos que continuar na briga com ele. Para o país progredir, precisamos de mudança", ressaltou.
Além de dar apoio do presidente, o vendedor Júnior Batista, de 35 anos, está aproveitando a movimentação para conseguir um dinheiro extra vendendo bandeiras, camisetas, faixas e buzinas no local. Ele foi para Brasília na posse de Bolsonaro e o que sobrou, vai tentar vender neste domingo.
Na esquina da Rua Paraíba, a concentração é de empresários convocados pela Associação Comercial. A movimentação começa com 10 caminhões, mas a previsão e de reforço de mais 40 ao longo da tarde. Em carreata, a ideia é ia té o MPF e depois continuar pela Afonso Pena no sentido Centro/Shopping.
No grupo, o tom das falas é outro. Os empresários evitam sair em defesa de Bolsonaro e dizem que nem os releases da convocação citavam o presidente. "Independente de quem estiver no poder, queremos as reformas que o Brasil precisa", diz o presidente da Associação Comercial, João Carlos Polidoro.
Nas faixas dos manifestantes, as palvavras de ordem citam as reformas e terminam com um "juntos faremos".
Os empresários dizem ser contra setores do Congresso Nacional que travam a aprovação das Reformas da Previdência, do Pacote Anticrime, da Reforma Administrativa, da Reforma Tributária e Política. Segundo Polidoro "A política e os políticos precisam mudar".
Dona de loja de móveis e agropecuária em Campo Grande, Maria Vilma Rotta, diz que o maior problema que vê hoje é o "medo" dos investidores "lá fora", que não aplicam mais no Brasil, porque o País não consegue provar que está enxugando a máquina. "Isso gera insegurança em relação ao Brasil".
Sobre o pacote anticrimes, ela defende o projeto do ministro da Justiça Sérgio Moro, para "acabar com leis criadas para proteger os corruptos".