No horário de pico, conversão é teste de paciência na Duque de Caxias

Quem passa nas primeiras horas do diapela avenida Duque de Caxias, na altura da avenida Prefeito Lúdio Martins Coelho, na região da Base Área de Campo Grande, precisa ter paciência para encarar a lentidão no trânsito provocado por congestionamentos em horários de pico. Entre 6h50 e 7h20, por exemplo, o fluxo de veículos aumenta consideravelmente. A situação fica ainda pior por conta das conversões para ruas de acesso a bairros.

Condutores que precisam virar à esquerda para ter acesso à rua dos Andradas –que permite chegar à Julio de Castilho e a bairros da região do Santo Amaro–, reclamam da falta de um espaço destinado à manobra, sendo necessário, na maioria das vezes, desrespeitar às leis de trânsito e acabar parando em local proibido.

"Tinha de ter um retorno aqui, uma entrada mesmo que pequena para quem vai virar na outra rua. Essa situação atrapalha muito", afirmou o motorista Alexandro Xavier. Quem também confirma a situação complicada é Humberto Tadeu, que passa todos os dias e no mesmo horário pelo local.

Ele que preferiu parar o carro ainda na Duque de Caxias, a metros de distância da área de conversão, relata fazer de tudo para evitar atrapalhar alguém. "Passo aqui para levar minha filha na escola e se eu tivesse ido, mesmo com o sinal verde na Duque, ficaria com a parte traseira do carro atrapalhando o fluxo quando fizesse o contorno na outra rua, porque o semáforo lá estaria fechado e eu teria que parar", afirmou.

Mas a medida acaba criando uma outra situação preocupante. Como o motorista para em uma das faixas da Duque, o trânsito acaba bloqueado para quem precisa seguir reto, no sentido centro.

A dificuldade na conversão também enfurece Cláudia e Vitória Cristaldo, mãe e filha. "É sempre assim, eu até já gravei vídeos e enviei para uma emissora de TV porque eu não aguento mais passar por aqui todos os dias e enfrentar tudo isso", afirmou Vitória.

A mãe dela, que dirige todos os dias até o trabalho da filha, ainda alerta para outra situação no local. "O tempo do semáforo é muito curto aqui e falta um retorno melhor, uma outra faixa, alguma coisa para deixar o trânsito fluir melhor", argumentou.

Além das dificuldades no local, ainda falta orientação por parte dos motoristas, opina João Gilberto, que trabalha como Uber. "Fica complicado, mas o problema não é só sinalização. Falta consciência dos motoristas. Muitos não sabem andar por aqui, não passam na hora certa e o congestionamento fica grande. Passo aqui direto e, quando tem caminhão então, fica ainda mais difícil", relatou.

Agetran - Para a reportagem, a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) afirmou não haver muito o que fazer no local, sendo que até mesmo o tempo de abertura dos semáforos foi definido por meio de um estudo aprofundado.

"A prioridade na região é a Duque de Caxias, por isso o tempo para quem passa por ali é menor para quem não está na Duque", relatou o chefe de fiscalização da Agetran, Carlos Guarini.

Ainda segundo ele, o problema acontece apenas em horários de pico, ou seja, como o fluxo de veículos é normal nas demais horas do dia, o melhor a ser feito é que os motoristas adotem rotas alternativas para fugir do congestionamento.

"É interessante que eles sigam rotas alternativas. Quem vai virar na rua dos Andradas, por exemplo, pode virar um pouco antes, em frente ao portão da Base tem uma entrada à esquerda que sai na rua Taquari, em direção à rua Júlio de Castilho", sugeriu.

Ainda sobre uma possível mudança no tempo do sinal, Guarini levantou outra situação. "Mexer no tempo do semáforo pode fazer com que o problema tenha um efeito cascata e acabar transferindo a situação para outros pontos".

Quando questionado sobre a possibilidade de proibir a conversão à esquerda, o representante da Agetran afirmou não ser a melhor saída, uma vez que o próximo retorno fica a muitos metros do local, já na rotatória que dá acesso a Tamandaré.