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Capital

Enquanto material vence, falta reagente para exame de paciente

Denúncia aponta a presença de medicamentos vencidos ou em local impróprio de armazenamento em outro setor da unidade hospital

Mayara Bueno | 11/02/2019 20:17
Entrada do Hospital Regional, em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo).
Entrada do Hospital Regional, em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo).

Picado por uma cobra no começo do mês, o advogado Renan Rafael Pereira, de 26 anos, está internado no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul aguardando a realização de um exame que avalia a função dos rins. O problema, segundo os familiares, é que a instituição de saúde informou que está sem o reagente responsável pelo procedimento.

Segundo Izabel Cristina Miranda Mendes, supervisora administrativa e tia de Renan, o incidente ocorreu na chácara do sobrinho, localizada um pouco depois de Terenos, 25 quilômetros de Campo Grande, em 2 de fevereiro.

Ela conta que, no momento, o local estava escuro, por isso não foi possível ter certeza de qual cobra picou Renan. “Achamos que é uma jararaca”. Com a picada, os rins paralisaram e a vítima foi submetida a uma sessão de hemodiálise.

Durante a semana passada, a informação repassada pelo HR foi de que haveria o reagente, que é creatinina. Contudo, no sábado (dia 9), a médica que atende o paciente afirmou que o material estava em falta.

“Não sabe se o rim está funcionando normalmente, não temos esta certeza, porque a ureia estava alta. Não falaram quando o reagente vai chegar”. A supervisora afirmou que, no primeiro exame, aparecia algo em torno de 4 mg/dl, quando o considerado saudável é entre 0,66 e 1,25. “Precisamos fazer o exame para saber como está, agora, o grau”.

De acordo com Izabel, Renan permanece internado, acordado, sem sonda “bem medicado e bem assistido”. “É que assusta a gente. Não tem como saber se está funcionando normalmente”. Até a publicação da reportagem, não haviamos recebido um posicionamento do hospital, quanto a falta do reagente.

Denúncia - Enquanto pacientes como Renan aguardam atendimento por falta de reagente, denúncia feita ao Campo Grande News também indica que em outro setor há remédios vencidos ou em local impróprio de armazenamento.

Informações obtidas pela reportagem, repassadas por funcionários, apontam que no almoxarifado principal, haveria material vencido e, na farmácia de quimioterapia, um equipamento no valor de R$ 10 mil está armazenado de forma incorreta. Isso porque o aparelho teria de ser guardado em local refrigerado e o local onde está não tem ar condicionado.

Segundo o diretor do Regional, Márcio Eduardo de Souza Pereira, os materiais vencidos são retirados em "periodicidade previamente estabelecidas". Ele afirma, ainda, que armazenamento incorreto de um equipamento "é pouco coerente, já que a farmácia tem um mínimo" de aparelhos.

O dirigente também fala que "há exageros em denúncias". "Sempre que houver inadequação, iremos atrás de correções". No começo do ano, familiares de um homem em tratamento de câncer no HR relataram que a falta de um medicamento obrigou o paciente a fazer o procedimento pela metade. O Hospital Regional informou, na época, que a “situação está sendo avaliada”.

 

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