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Capital

Piora superlotação no HU e agora paciente espera atendimento no chão

Assessoria do hospital diz que prefeitura tem encaminhado mais pacientes que a capacidade permitida

Guilherme Correia | 24/09/2021 10:18
Sem atendimento, paciente espera deitada no chão, sem nenhum colchão ou cama. (Foto: Direto das Ruas)
Sem atendimento, paciente espera deitada no chão, sem nenhum colchão ou cama. (Foto: Direto das Ruas)

Superlotado desde julho deste ano, o Hospital Universitário, em Campo Grande, tem tantos pacientes para poucas vagas, que alguns deles aguardam cirurgias, deitados no chão.

“Tem gente até dormindo no chão. Para você ver o descaso aqui dentro, é totalmente desumano isso daqui”, diz Débora Coene, de 44 anos, que está dentro da unidade, na espera por um procedimento ortopédico na mão.

Segundo ela, reclamações foram encaminhadas à ouvidoria do HU, e um dos motivos para que não haja atendimento, é a falta de profissionais anestesistas. "Eu não vou ficar quieta, enquanto me prenderam aqui e não fizeram minha cirurgia. Tem gente há 12 dias aqui esperando uma cirurgia, por falta de anestesista. Hoje, era para ter feito oito cirurgias de ortopedia. Fez uma só".

O que diz o HU - Em nota, a assessoria de imprensa do hospital explica que a situação ocorre por conta de uma má regulação de pacientes, feita pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública). Um dos fatores apontados, é que a Central de Regulação encaminha pacientes como "vaga zero", os quais a unidade de saúde tem obrigação de atender.

Entretanto, diz a assessoria, isso ocorre desconsiderando a disponibilidade de profissionais como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, dentre outros, que são dimensionados para atender um número limite de pessoas. Veja a situação do PAM (Pronto Atendimento Médico), registrada ontem:

AlaCapacidadePacientes
Vermelha615
Amarela88
Verde442

Vale lembrar que esses trabalhadores são concursados, e que o HU não tem capacidade de ampliar o quadro. Ainda assim, o hospital afirma que tem tomado medidas imediatas, como a designação de mais gestores de fluxo de pacientes, otimização de fluxo de cirurgias de urgência, deslocamento de funcionários de outras áreas do hospital para atenderem no PAM, como limpeza, maqueiros, laboratório, técnicos de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas e médicos.

Além disso, a direção do hospital notifica diariamente a Sesau a respeito dessa situação, já que o atendimento de urgência e emergência retornou, com a recente queda nos casos graves de covid-19. "É urgente que os demais hospitais de Campo Grande reorganizem os pronto atendimentos para que o HU possa realizar todos os atendimentos contratados e colaborar na realização das cirurgias eletivas que estão no aguardo e que foram suspensas no período de atendimento da covid-19".

"Com a queda dos casos de coronavírus e a retomada dos atendimentos de urgência e emergência em julho de 2021, nas últimas semanas o HU está atendendo pacientes em número muito superior ao estabelecido no contrato, pois não está havendo a correta regulação dos pacientes pela Sesau".

O entendimento é que outros hospitais, tais como o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), não têm recebido pacientes de cirurgias eletivas e em pronto-socorro, por se tratar da unidade de referência no atendimento à covid. Dessa foma, o encaminhamento de enfermos gera uma sobrecarga em praticamente todos os outros estabelecimentos de saúde.

Imagens mostram corredores do HU com pacientes aguardando atendimento. (Foto: Direto das Ruas)
Imagens mostram corredores do HU com pacientes aguardando atendimento. (Foto: Direto das Ruas)

O que diz a Sesau - A pasta informa ao Campo Grande News que foi feita reunião ontem com o HU e que nesta tarde (24), deverão ser definidos os próximos passos para aliviar a ocupação de leitos de todos os hospitais do município.

"Para a regulação de pacientes de urgência e emergência no município, é sempre levado em consideração a ocupação de cada hospital antes do pedido da vaga, estão sendo regulados para o Hospital Universitário apenas os casos de pacientes que necessitam de atendimentos os quais o HU é referência no tratamento, como é o caso da infectologia, onde este é a única referência no município", alega a Sesau.

Além disso, a Sesau afirma que em Campo Grande, grande parte dos procedimentos eletivos já retornaram. No HRMS, a retomada destes atendimentos está sendo feita conforme a disponibilização de leitos e diminuição do fluxo de covid-19, desta forma, alguns procedimentos já estão sendo normalizados aos poucos.

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