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Capital

Mensagem no WhatsApp sobre abuso de criança é fake news, garante polícia

Delegada alerta para necessidade do usuário saber a origem da mensagem antes de compartilhar informações por grupos

Liniker Ribeiro e Ângela Kempfer | 21/01/2019 18:32
Mensagem tomou conta do Whatsapp nesta segunda-feira.
Mensagem tomou conta do Whatsapp nesta segunda-feira.

Pais preocupados disseminaram na tarde desta segunda-feira (21) uma mensagem que viralizou por meio do aplicativo WhatsApp. No texto compartilhando em diversos grupos, mãe denuncia abuso sexual contra criança de 5 anos, dentro de um espaço de recreação infantil de Campo Grande. Mas apesar do estardalhaço, de acordo com a Polícia Civil, a mensagem tem todas as características de uma “fake news”.

Segundo a delegada Franciele Candotti Santana, da DPCA, a notícia começa a cair por terra porque trecho fala de registo de Boletim de Ocorrência. “Mas nenhum boletim de ocorrência foi registado, tanto aqui, como na DEAM (Delegacia da Mulher) ou nas Depacs”, afirma. A mensagem, que já era de conhecimento da polícia, tem sido compartilhada por mães e pais de crianças, em diversos grupos do aplicativo.

Na postagem, a mãe afirma ter entrado em contato com um advogado, que a acompanhou até uma delegacia, onde o caso teria sido registado. Câmeras de segurança também teriam gravado a ação de uma monitora que teria mexido em partes íntimas da criança. Porém, nada chegou ao conhecimento da polícia. ”Não veio nada para cá. Eu já entrei em contato com outros delegados, mas nenhum boletim foi registrado”, ressalta a delegada.

Franciele ressalta ainda, que em caso como o descrito na mensagem, dificilmente um pai ou mãe compartilharia o ocorrido pelo celular. “Um crime grave assim normalmente os pais não querem expor porque também acaba expondo o filho”.

Ainda conforme a delegada, a orientação que vale é a mesma de quando fake News de política eram compartilhadas. “Antes de repassar, procure saber quem mandou ou de quem a pessoa que te enviou recebeu.

Franciele Candotti Santana, delegada da DPCA (Foto: Liniker Ribeiro)
Franciele Candotti Santana, delegada da DPCA (Foto: Liniker Ribeiro)

Dia complicado - Na brinquedoteca alvo da mensagem, o dia foi de ligações sem parar. Aparentemente disposta a repetir a versão sobre o caso, a atendente diz em tom muito simpático que nada é real na mensagem do Whatsapp. “No dia 17, data que a pessoa se refere na mensagem, apenas 4 crianças estiveram no parque. Ligamos para todas as mães e nenhuma relatou problema algum”, conta.

Segundo ela, a monitora do dia já trabalha com os proprietários há 3 anos, sem nada que a desabone. “Ela sofreu, coitada, porque é algo sem menor fundamento”, diz a atendente que se identificou apenas como Mari Eduarda.

O lugar também tem circuito de câmeras. “Seria impossível levar qualquer criança para um ‘cantinho’, como diz a mensagem, sem que fosse gravado. Olhamos tudo e não tem nada. As imagens estão à disposição da polícia e de quem quiser ver”, garante.

Para a empresa, a irresponsabilidade de quem divulga fake news é extremamente nociva, mas também há coisas positivas depois de episódios assim. “Hoje recebemos muita solidariedade de quem nos conhece. Mães também estão ligando para falar coisas boas. Contaram, inclusive, que a mesma mensagem circula em outros estados do País com nomes de outros parque. E parece inacreditável, mas em plena segunda o parque está cheio”, garante Maria Eduarda.

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