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Capital

Bairro se une em velório de família que morreu em acidente na BR-060

Em centro comunitário do José Abrão, moradores, amigos e familiares das vítimas acompanham a cerimônia aos prantos, visivelmente abalados com a tragédia

Adriano Fernandes e Aletheya Alves | 18/03/2019 21:23
Desde às 19h, moradores começaram a chegar no centro comunitário do bairro. (Foto: Paulo Francis)
Desde às 19h, moradores começaram a chegar no centro comunitário do bairro. (Foto: Paulo Francis)

A comoção toma conta dos moradores do Conjunto José Abrão, nesta noite (18), durante o velório de Márcio Lopes da Silva, de 46 anos, a esposa Rejane Lopes Calvis, de 44 anos, e a filha Aylanna Lopes Calvis da Silva, de 25 anos. Os 3 morreram em um grave acidente na BR-060 por volta das 22h de domingo (17).

No centro comunitário do bairro, cerca de mil pessoas, entre amigos e moradores, acompanham a cerimônia, visivelmente abalados com a tragédia. “Eles foram criados aqui. O menino (Márcio) jogava futebol na rua. A família foi praticamente a fundadora do bairro. Então é por isso que tem toda essa gente está reunida aqui, porque a dor de um é a dor de todos”, comentou Elio Costa, de 60 anos.

Muito emocionados, pelo menos dois moradores precisaram de atendimento médico do Corpo de Bombeiros. Por conta da multidão, uma quadra da Rua Marcos Antônio Ferraz, onde fica o centro, também precisou ser interditada.

Ainda do lado de fora, mesmo após cerca de 30 minutos da chegada dos corpos, a pastora Terezinha Corrêa, matriarca da família, ainda aguardava para entrar. “Eu estou pedindo pra Deus me dar coragem para eu entrar e ver eles” contou emocionada, mas com o ar resiliente de quem já enfrentou duras perdas.

Dona Teresinha pedia a Deus forças para conseguir entrar no velório e se despedir da família. (Foto: Paulo Francis)
Dona Teresinha pedia a Deus forças para conseguir entrar no velório e se despedir da família. (Foto: Paulo Francis)

No mesmo centro comunitário, Teresinha, há 17 anos também velou a outra filha, Valéria Lopes, na época com 27 anos, que morreu na Itália durante incêndio em um restaurante.Ela ressalta que o que a dá força é justamente o carinho de todos os amigos e a certeza de que deve seguir firme, para também prestar o apoio aos outros familiares.

“Preciso me levantar para o meu neto e para a minha mãe. Receber um abraço, ouvir uma palavra de cada uma dessas pessoas conforta, mas eu preciso entrar lá e dizer pra minha família que preciso deles. Para ter força”, disse dona Teresinha, enquanto recebia os abraços de cada um dos moradores que chegavam ao local. 

O filho, a nora e a neta seguiam para a Capital, onde participariam da missa de formatura de Aylanna, esta noite (18). “A gente estava esperando eles para missa, aí no meio da madrugada eu fico sabendo que minha família toda morreu. A minha neta que trabalhou tanto, batalhou e finalmente ia concluir essa etapa, morreu bem no dia da missa. É a pior dor que uma mãe pode sentir”, acrescentou.

A missionária e amiga de dona Teresinha, Maria Cícera, de 57 anos, também lamentou ter que mais uma vez, ver a colega de igreja enfrentando tanto sofrimento. “Eu orava junto com a Terezinha, quando a outra filha dela morreu e me lembro do quão trabalhoso foi pra trazer o corpo, mas também que teve muita que ajudou por conta do valor do avião e tudo mais. A gente ficou igual está hoje, todo mundo esperando o corpo chegar”, lembra.

A previsão é de que o velório da família se estenda até às 12h desta terça-feira (19). Em seguida os corpos serão sepultados no Cemitério Santo Amaro, em Campo Grande.

Por conta da multidão, uma quadra próximo ao centro comunitário precisou ser interditada. (Foto: Paulo Francis)
Por conta da multidão, uma quadra próximo ao centro comunitário precisou ser interditada. (Foto: Paulo Francis)
O Corpo de Bombeiros foi acionado para atender moradores que passaram mal. (Foto: Paulo Francis)
O Corpo de Bombeiros foi acionado para atender moradores que passaram mal. (Foto: Paulo Francis)

Acidente - O acidente aconteceu às 22 horas, a 15 quilômetros do trevo de Sidrolândia. Márcio conduzia o Honda Civic da família, quando um dos pneus teria estourado e o carro bateu de frente com um caminhão. Aylanna e a mãe morreram ainda no local e Márcio, durante esta madrugada (18) na Santa Casa de Campo Grande. O condutor do caminhão perdeu controle do veiculo e foi parar em área de matagal. Ele não sofreu ferimentos.

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