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Capital

Na Capital há um ano, líderes de massacre vão voltar para Manaus

Transferências foram divulgadas no Diário da Justiça Federal, que definiu ainda o destino de outros criminosos detidos em Campo Grande

Geisy Garnes e Humberto Marques | 21/02/2018 17:11
Márcio, ao fundo de boné vermelho, líder do massacre no Compaj (Rede Social/Reprodução)
Márcio, ao fundo de boné vermelho, líder do massacre no Compaj (Rede Social/Reprodução)

Em Campo Grande desde janeiro do ano passado, líderes do massacre em um dos presídios de Manaus (AM) devem voltar ao Amazonas nos próximos dias. A determinação de transferência para o estado de origem foi publicada nesta quarta-feira (21) no Diário da Justiça Federal, que definiu ainda o destino de outros criminosos conhecidos no país.

O início de 2017 foi marcado na Capital pela chegada de dezessete internos envolvidos no massacre que resultou na morte de 56 presos do Complexos Penitenciário Anísio Jobim e outras quatro na unidade Puraquequara, em Manaus. Entre eles André Said de Araújo e Márcio Ramalho Diogo, integrantes da Família do Norte, a terceira maior facção criminosa do Brasil, que agora serão enviados de volta ao Amazonas.

Márcio Ramalho Diogo, um dos principais líderes da facção é apontado pela Polícia Federal como o “xerife” do massacre. Em decisão publicada no Diário da Justiça Federal foi estimulado que o suspeito volte ao presídio de origem em 30 dias, já que a justiça do estado não manifestou o interesse que o interno continue em Mato Grosso do Sul, onde o prazo de permanência terminou em 5 de janeiro.

André Said de Araújo, condenado por tráfico de drogas, associação para o tráfico e roubos, teve a permanência no presídio vendida no dia 5 de janeiro e agora aguarda a transferência para Manaus.

Enquanto isso, José Roberto Fernandes Barbosa, preso na Capital desde janeiro de 2016, líder da Família do Norte e responsável por comandar o massacre em Manaus, teve o pedido de transferência negado. A defesa do interno pediu que ele fosse enviado ao presídio de Mossoró, no Rio Grande do Norte, mas por falta de vagas vai continuar em Campo Grande, onde cumpre pena desde janeiro de 2017.

Líder da Família do Norte, José Roberto Fernandes Barbosa. (Foto: El País)
Líder da Família do Norte, José Roberto Fernandes Barbosa. (Foto: El País)
André Said, traficante e integrante da Família do Norte (Foto: Divulgação)
André Said, traficante e integrante da Família do Norte (Foto: Divulgação)

Do Paraná

Entre os suspeitos que cumprem pena em Campo Grande estão os integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) envolvidos diretamente na morte do agente penitenciário Alex Rodrigo Aparecido Lourenço, no dia 2 de setembro de 2016, em Cascavel no Paraná. Na época, Alex seguia de carro quando foi surpreendido pelos autores próximo a um quebra-molas. O suspeito disparou várias vezes contra o veículo do agente.

A ordem do crime, segundo a polícia, partiu de dentro do Presídio de Segurança Máxima de Catanduva (PR) e foi Rodrigo Aparecido Lourenço, conhecido como “Gordão de Arapongas”, o encarregado de organizar o homicídio. O interno teve o prazo de permanência renovado em mais um ano e fica no Presídio Federal de Campo Grande até o dia 8 de novembro de 2018.

Outros três envolvidos na morte do agente penitenciários vão continuar cumprindo pena em Mato Grosso do Sul. Jair Santana e André Demiciano Messias, apontado como o motorista do carro em que os autores do crime estavam, tiveram o prazo de permanência estendido até o dia 3 de outubro de 2018. Já Douglas Fernando Cielo, fica em Campo Grande até o dia 6 do mesmo mesmo que os comparsas.

Transferências

Luciedson Soares da Silva, condenado pela morte do agente federal Lucas Barbosa da Costa, assassinado durante um assalto em dezembro de 2012, cumpre pena no Presídio Federal de Campo Grande desde antes do julgamento e também teve o prazo de permanência estendido, agora até agosto de 2018. O corpo do agente foi encontrado no dia 17 do mesmo mês em uma estrada na zona rural de Mossoró (RN).

Já Marcílio Alves Feitosa, deve ser enviado a Fortaleza, no Ceará, nos próximos 30 dias. Como não houve pedido por parte da justiça do estado para a permanência do preso em Mato Grosso do Sul, foi determinado que ele volte ao presídio de origem. O réu foi condenado a 17 anos de prisão por chefiar uma quadrilha responsável por tráfico internacional de drogas. De avião, o grupo buscava o entorpecente no Paraguai, de lá para a fronteira de MS e de lá para o Ceará.

Tiago Rangel Fonseca, preso em 2015 durante megaoperação contra o tráfico, vai retornar ao Rio de Janeiro nos próximos dias. TH, como era conhecido, comandava as vendas de drogas na Região Metropolitana da cidade de dentro do presídio. Com o prazo para que continuasse na Capital desde 22 de janeiro, teve a permanência indeferida pela justiça do Rio e será transferido em 30 dias.

Na lista de presos que devem deixar o Presídio Federal de Campo Grande, o ex-vereador de Rondônia, Mário Calixto Filho, condenado a seis anos e oito meses de prisão por formação de quadrilha e falsificação de mais de R$ 3 milhões. Ele foi apontado como líder de um esquema de empresas fantasmas utilizadas para fraudar contratos com órgãos públicos no estado. Com o prazo em Campo Grande vencido desde o dia 1º de fevereiro, o ex-vereador deve voltar a Porto Velho.

Antônio Dayvit veio para Campo Grande em 2015, com outro 14 presos (Foto: Acrelândia News)
Antônio Dayvit veio para Campo Grande em 2015, com outro 14 presos (Foto: Acrelândia News)

Outras decisões

O Diário de Justiça de Mato Grosso do Sul ainda determinou a movimentação no processo de outros dois internos do Presídio Federal. Por conta disso, o destino de Bruno Coutinho, o Brunaldo, um dos principais integrantes do Comando Vermelho no Rio de Janeiro, deve ser decidido em 15 dias.

Com o prazo de permanência para ficar no Presídio Federal de Campo Grande vencido desde o dia 21 de janeiro, a justiça sul-mato-grossense pediu a justiça federal do Rio um posicionamento: se o suspeito permanece aqui, ou volta ao estado em que comandou por anos o esquema de tráfico de drogas no morro Menino de Deus.

Em Campo Grande desde outubro de 2015, Antônio Dayvit Mianne de Castro da Silva recebeu o direito de receber visita da mulher e dos filhos no presídios. O interno veio para Mato Grosso do Sul após ser apontado como líder da facção Bonde dos 13, um dos mais violentos do Acre.

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