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Capital

Nada muda no atendimento, apesar de paralisação de médicos na Santa Casa

Movimentação e atendimentos no ambulatório e Pronto Socorro seguem a rotina, inclusive, de superlotação

Danielle Valentim e Bruna Kaspary | 17/12/2018 12:37
Santa Casa na manhã desta segunda-feira. (Foto: Bruna Kaspary)
Santa Casa na manhã desta segunda-feira. (Foto: Bruna Kaspary)

Apesar da greve anunciada pelos médicos a partir das 7h de hoje na Santa Casa, nada mudou aparentemente na rotina do hospital. A paralisação é efeito do atraso dos salários e da primeira parcela do 13ª aos médicos celetistas, autônomos e pessoas jurídicas que prestam serviços à instituição. 

Nesta segunda-feira, o fluxo de pacientes e atendimentos seguem normais. As únicas recusas estão ligadas a superlotação – problema crônico – e não à paralisação que teria atingido cerca de mil profissionais, nas contas da Associação dos Médicos. Segundo o hospital, esse número é superfaturado, já que há apenas 305 médicos celetistas contratados.

A própria Associação dos Médicos da Santa Casa informou que os dois profissionais escalados para o ambulatório continuaram em seus postos normalmente. Este ano houve um corte no quadro, que até 2017 tinha 4 médicos. O setor recebe pacientes que retornam após cirurgias ou que possuem consultadas agendadas.

E ao lado de fora? - Familiares reclamam de não conseguirem informações sobre pacientes que deram entrada no Pronto Socorro, mas ressaltam que o movimento está mais tranquilo que o esperado. A direção do hospital nega que a dificuldade esteja relacionada à paralisação.

A dona de casa Derly Susano, de 61 anos, aguarda notícias da mãe que está internada na área vermelha, há 48 horas. “Ontem estava lotado, quando estive aqui não consegui informações. Hoje está mais tranquilo, mas ainda não tenho informações”, disse.

A porteira Maria Lúcia Ferreira Cardoso, de 44 anos, acompanha o marido que quebrou a perna e sofreu um corte na cabeça. Ele passaria por avaliação de um neuro. “Eu também não tenho informações”, disse.

A vendedora Idalina Aparecida Lima, de 32 anos, é de Bonito e veio acompanhar um primo que sofreu um acidente e veio transferido. “Até agora não conversei com médico. Estou esperando, para saber o horário da cirurgia”, disse.

Conforme a assessoria de imprensa do hospital, o tempo de espera por informações dos pacientes se relaciona com a classificação de risco, ou seja, quando maior o risco, maior a avaliação e por fim, a divulgação de informações. No caso de Derly, a demora nas informações é devido à ausência da familiar nos horários de visita.

O Campo Grande News não teve acesso ao número exato de médicos escalados para o trabalho nesta segunda-feira.

Apesar da paralisação, a Associação que representa a categoria reforça que enquanto o movimento durar, 30% continuarão em seus postos para atender urgências e emergências

O diretor clínico e também presidente da Associação de Médicos da Santa Casa, Marcos Tiguman ressalta que anúncio de paralisação não é por causa de problemas novos. “O ano todo enfrentamos problemas com o repasse de salários. Então não estamos parando agora por um problema atual. Os celetistas estão com o salário relativo ao mês de novembro e 13º atrasados. Os demais médicos estão com 2 a 3 meses de atraso salarial”, disse.

Segundo a direção do hospital, o governo do Estado deixou de repassar valores para a unidade nova, o Hospital do Trauma, por isso o dinheiro que deveria ser usado para quitar os salários, acabou remanejado. A dívida seria de R$ 6,5 milhões, acumulada desde outubro.

 

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