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Capital

Pai e filho são suspeitos de envolvimento em tiroteio que feriu vizinha

Mulher tirava satisfação por xingamentos proferidos contra os filhos

Tainá Jara | 25/05/2020 14:16
Policiais do choque estiveram no local dos disparos (Foto: Arquivo/Paulo Francis)
Policiais do choque estiveram no local dos disparos (Foto: Arquivo/Paulo Francis)

A Justiça recebeu os autos de prisão em flagrante do serralheiro e do filho suspeitos de estarem envolvidos em tiroteio do último domingo, no Bairro Cristo Redentor, em Campo Grande. Os disparados foram proferidos contra uma vizinha, inicialmente apontada como esposa do envolvido. Ela foi atingida com um tiro de raspão, mas a atitude da dupla revoltou a população que chegou a apedrejar o veículo dos envolvidos.

A Polícia Militar da Capital foi acionada na tarde de ontem (24) para atender ocorrência de disparo de arma de fogo. Ao chegar ao local, a guarnição deparou-se com uma confusão generalizada, em que vários moradores do entorno apedrejavam a oficina mecânica onde os suspeitos estariam escondidos.

Depois de ouvido os envolvidos e as testemunhas, os policiais chegaram a conclusão de que a confusão começou por volta das 15 horas do mesmo dia, quando dois filhos da vítima, um com 18 anos e outro menor de idade, voltavam para sua residência após soltarem pipa no bairro. Ele foram xingados pelo proprietário da serralheria, administrada pelo autor dos disparos.

Entre as ofensas proferidas havia muitas relacionadas à mãe dos jovens. Ambos, então, contaram à genitora o acontecido ao chegarem em casa. A dona de casa de 47 anos foi de moto, na companhia de um parente, até o estabelecimento para tomar satisfações.

Segundo apurado pelos agentes policiais, o dono da oficina e seus filhos são pessoas conhecidas na rua pelo comportamento agressivo e problemático, tendo, inclusive, já atirado contra a casa de outra vizinha após briga por motivos banais.

Ao chegar no local, a mãe e o comerciante começaram a discutir, sendo que, em dado momento, o filho de 20 anos daquele entrou na oficina e rapidamente voltou com um revólver em mãos, efetuando disparos em direção ao chão, no intuito de intimidar a mulher.

A dona de casa, porém, permaneceu imóvel, sem reação, de forma que o pai teria tomado a arma do filho e atirado rumo à vizinha. Um projétil atingiu seu braço direito, na região abaixo da axila.

Revoltados com o ocorrido, populares teriam começado a arremessar pedras nos suspeitos, que correram para o interior da oficina. Posteriormente, eles foram para a residência que fica no mesmo terreno, local onde foram abordados pela PM e detidos.

Dentro da oficina, os policiais encontraram uma caixa contendo 25 munições intactas de calibre .38, além de capsulas de munições deflagradas, mas nenhuma arma de fogo foi localizada.

O serralheiro de 41 anos foi autuado nos crimes de posse irregular de arma de fogo e homicídio simples na forma tentada. Já seu filho recebeu apenas a imputação pelo crime de disparo de arma de fogo.

Diferentes versões - Em depoimento prestado na delegacia, os suspeitos contaram versão diferente dos fatos. Segundo eles, os filhos da vítima foram quem provocaram inicialmente o filho do autor, tendo este apenas retrucado as ofensas em defesa de seu filho.

Posteriormente, a mãe dos rapazes teria vindo até sua oficina para ameaçá-lo, inclusive, tendo o homem que a acompanhava sacado uma arma e disparado contra ele. Então, o serralheiro teria se trancado em sua própria oficina com o filho por medo, vez que pedras começaram a ser arremessadas contra o local, além de dois homens tentarem invadir para matá-los. Ainda de acordo com os suspeitos, quando os agentes policiais chegaram, eles estavam ligando para a delegacia para pedir socorro.

Decisão - Em decisão proferida nesta manhã (25), o juiz em plantão criminal, Francisco Vieira de Andrade Neto, converteu o flagrante do serralheiro em prisão preventiva.

O juiz, porém, ressaltou que, nos termos da Recomendação 62, do CNJ, artigo 8º, §1º, a conversão da prisão em flagrante em preventiva neste período de pandemia será excepcional para crimes cometidos com o emprego de violência ou grave ameaça contra a pessoa. Assim, concedeu liberdade provisória para o outro suspeito, autuado apenas no crime de disparo de arma de fogo.

Ao todo, a Justiça lavrou hoje 16 autos de prisão em flagrante referentes ao último final de semana.

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