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Capital

Em apoio a elas, manifestantes reforçam que democracia é resistência

Passeata organizada por movimento de mulheres teve protesto contra tortura e defesa dos direitos de minorias

Adriano Fernandes e Danielle Valentim | 20/10/2018 18:16
Saída dos manifestantes durante o início da passeata. (Foto: Kísie Ainoã)
Saída dos manifestantes durante o início da passeata. (Foto: Kísie Ainoã)

Representantes de vários movimentos sociais deram corpo à passeata organizada pelo grupo Mulheres Pela Democracia na tarde deste sábado (20), na região do Bairro Amambaí. O protesto seguiu a partir da Praça Cuiabá pela Avenida Noroeste (Orla Morena) até a Rua Antônio Maria Coelho, retornando ao ponto da concentração, onde ainda haverá atrações culturais até às 22h.

Durante o trajeto e com cartazes em mãos, apoiadores também entoaram gritos em defesa da democracia, reforçando a importância de preservar um dos direitos básicos dos brasileiros de forma pacífica, crítica e até poética.

De cabeça para baixo e alçada por outros dois jovens vestidos de militares, trio representava o pau de arara. Método de tortura adotado durante a ditadura, período mais sombrio da nossa história de uma época e em que a democracia era uma utopia. Mas que hoje é defendida até mesmo em poesias.

Produtor cultural e músico, Tales Henrique, comemora o aniversário de 23 anos, hoje, durante mais uma batalha de poesias do Slam Campão, uma das atrações do encontro. “Todo o evento é um ato de resistência e que ajuda a fortalecer os movimentos de mulheres, negros, LGBT´s e nós do Slam representamos a resistência poética”, pontuou ao defender que o grupo foi criado para dar voz às minorias.

De cabeça para baixo e alçada por outros dois jovens vestidos de militares, trio representava o pau de arara. (Foto: Kísie Ainoã)
De cabeça para baixo e alçada por outros dois jovens vestidos de militares, trio representava o pau de arara. (Foto: Kísie Ainoã)
Uma das paradas do protesto no meio da Avenida Noroeste. (Foto: Kísie Ainoã)
Uma das paradas do protesto no meio da Avenida Noroeste. (Foto: Kísie Ainoã)

Nas batalhas, cada participante tem 3 minutos para recitar uma poesia autoral, julgada com notas de 0 a 10 pela plateia. Quem também apoiou o movimento foi a empresária Aparecida Gonçalves, de 56 anos. “Um ato como esse é importante pois só assim, com a participação de todos, vamos fazer com que a democracia seja mantida”, opinou.

Um dos idealizadores do grupo Jornalistas pela Democracia, o jornalista Walter Gonçalves, que há 46 anos atua na área reforça sobre a importância da profissão na defesa de diretos. “Sem democracia não existe liberdade de expressão, de imprensa, não existe nada. Estamos aqui representando não só os nossos grupos, mas todas as minorias que estão sendo atacadas”, comentou ao lembrar a quantidade de agressões e até mortes, decorrentes da disputa presidencial no segundo turno.

O período eleitoral também influiu nas reivindicações dos manifestantes durante o protesto. Gritos de "ele não", assim como cartazes contrários a eleição de Jair Bolsonaro do PSL a presidência, também marcaram a passeata. O candidato que lidera as pesquisas de segundo turno ganhou notoriedade por posicionamentos a favor da ditadura e considerados preconceituosos por minorias.

"Onda de “Fake News” nas redes sociais não influencia todos os jovens", disse David.(Foto: Kísie Ainoã)
"Onda de “Fake News” nas redes sociais não influencia todos os jovens", disse David.(Foto: Kísie Ainoã)

O estudante David Cardoso, de 21 anos, ficou sabendo do ato pelo Facebook e decidiu comparecer. Sobre a onda de “Fake News” nas redes sociais, ele acredita que não influencia todos os jovens. “Eu estou do lado da democracia. E sobre as Fake News, nas redes sociais, acredito que não influenciam todos os jovens. Depende de cada um e se a pessoa se preocupa com os próprios direitos”, disse.

Já o advogado Wellisson Rocha, de 22 anos, prefere se manter neutro diante da atual situação política do país. “Por exemplo, o ato de hoje, que reuniu muitas mulheres, influencia mulheres. O ato que vai ocorrer amanhã também influencia outras pessoas. Afirmar ser contra ou a favor da democracia, ainda é cedo. Temos que progredir, o passado pesa muito. Neste momento meu posicionamento é neutro”, afirma.

Segundo a organização a passeata reuniu entre 800 a mil participantes. Já a Policia Militar estimou entre 1 mil e 1,5 mil participantes até as 16h, durante a concentração. O protesto terminou por volta das 17h30, mas ainda segue a programação do bloco Tá Dando Pinta. Neste momento, ainda segundo a PM, cerca de 3 mil pessoas já estão no local.

Confira a galeria de fotos do protesto:

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