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Cidades

Em 9 meses, envolvimento em crimes provocou expulsão de 11 pms em MS

Ângela Kempfer | 28/10/2011 10:05
Sede da Corregedoria Geral da PM em Campo Grande. (foto: Pedro Peralta)
Sede da Corregedoria Geral da PM em Campo Grande. (foto: Pedro Peralta)

Só neste ano, pelo menos 11 policiais militares foram excluídos da corporação “a bem da disciplina”, conforme publicações do Diário Oficial do Estado. As expulsões podem ser ainda em número maior, por conta de omissões no sistema de pesquisa da imprensa oficial.

Há demissões publicadas em janeiro, março, abril, junho, julho, agosto e setembro deste ano, sempre de policiais de baixa patente. São cabos, soldados e sargentos excluídos após sindicância ou por decisão judicial.

Em janeiro, as primeiras medidas do comando da PM foram contra o 2º sargento Joacir de Araújo Paz e o cabo Ronaldo de Paula Barbosa. Eles foram presos em 2009, acusados de facilitar a ação de três contrabandistas em Corumbá, na fronteira com a Bolívia. O trio foi flagrado com a apreensão de 51 mil DVDs virgens, que seriam usados para sustentar a pirataria em Campo Grande.

O 2º sargento e o cabo também respondem processo na Auditoria Militar. De acordo com a denúncia do Ministério Público Militar Estadual eles integravam um esquema criminoso que facilitava ação dos contrabandistas, por meio de monitoramento das equipes do DOF (Departamento de Operação de Fronteiras) e Rotai (Rondas Táticas do Interior)

A média de expulsões em 2011 é semelhante as publicações do mesmo período de 2010, com punição aos maus policiais na ativa. Os dados oficiais foram solicitados ao Comando da PM, mas até o fechamento desta reportagem não haviam sido enviados.

O número de PMs envolvidos em crimes só aumenta em Mato Grosso do Sul. Nesta semana, 23 foram presos em duas operações contra o contrabando de cigarros, pneus e produtos eletrônicos.

Outros dois estão foragidos e, pelo menos, mais dois são investigados, somando 27 suspeitos de envolvimento com quadrilhas que trazem produtos do Paraguai.

O ano foi de expulsões e também de condenações na Justiça, inclusive de policiais civis.

Em fevereiro, o policial militar Vitor Vilmo Chimenez foi condenado a 10 anos de prisão em regime fechado por participar de quadrilha composta por policiais. Ele foi o primeiro a ser julgado pelos crimes de concussão (extorsão por agente público) e peculato, de grupo chefiado por investigador da polícia civil de Campo Grande, para extorsão e desvio de cargas apreendidas em Mato Grosso do Sul.

De maneira geral, os policiais eram informados sobre tráfico e carregamentos de drogas e ao recolheram o entorpecente, não registravam a ocorrência, deixando os bandidos livres e desviavam a droga.

Em outra situação, a quadrilha apurava casos de veículos roubados e, se os encontrassem, não devolviam aos donos, vendendo para terceiros.

Em julho a decisão da Justiça foi contra a Polícia Civil. Envolvidos em tortura, os policiais civis Iraceno Teodoro Alves Neto, José Lopes da Silva Júnior e Rubens Baptista Filho foram expulsos do quadro de pessoal do governo do Estado.

Os 3 foram presos em 2007, na operação Xeque-Mate, que desmantelou quadrilhas de exploração de jogos de azar.

Interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal revelaram que os policiais aproveitavam-se da função pública, praticavam tortura e extorsões.

Além disso, facilitavam a exploração de jogos de azar e o desmanche de veículos furtados, tudo mediante o recebimento de propina. Também agenciavam serviços advocatícios no distrito policial, visando se beneficiar de parte dos honorários auferidos pelo defensor.

Eles também são apontados como autores de tortura a um adolescente, em 2005, em Três Lagoas, com o objetivo que confessasse envolvimento em roubo ao posto de combustíveis que trabalhava.

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