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Interior

Câmeras não gravaram invasão de casa onde empresário foi morto a tiros

No endereço estavam instaladas quatro câmeras que serviam apenas para ver o movimento no entorno da casa

Adriano Fernandes e Helio de Freitas | 17/01/2019 22:06
Marcas de sangue ao lado do corpo da vítima. (Foto: Direto das Ruas)
Marcas de sangue ao lado do corpo da vítima. (Foto: Direto das Ruas)

As câmeras de segurança instaladas na residência do empresário e ex-candidato a prefeito Chico Gimenez, de 60 anos, não capturaram a invasão dos pistoleiros que o executaram, esta madrugada (17) em Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande. No endereço estavam instaladas quatro câmeras, mas nenhuma estava gravando.

Por um pedido do próprio empresário, o sistema de monitoramento servia apenas para olhar o movimento em volta da casa, conforme apurou a reportagem. A polícia tinha esperanças de que as imagens pudessem revelar detalhes da invasão ou até mesmo a identidade dos pistoleiros.

Gimenez foi morto com três tiros – um no peito, um no ombro e outro no braço. Policiais da fronteira afirmam que o ataque teria sido ordenado pelo bandido brasileiro, Sergio Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, em mais um “capítulo” da guerra que ele declarou ao clã de Jarvis Gimenes pavão, sobrinho do Chico Gimenez.

A morte de Chico enfraquece ainda mais a estrutura de Pavão na fronteira. Em dezembro do ano passado, Gimenez chegou a ser preso enquanto tramava um ataque a Minotauro, para vingar as mortes de pessoas ligadas a Pavão. Desde então, Minotauro decidiu eliminar a família pavão do mapa para ter total hegemonia sobre o tráfico de drogas e armas na fronteira.

Minotauro é aliado ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e estaria escondido em território paraguaio. Também é o inimigo número 1 da polícia de fronteira, seguido por Jarvis Pavão.

Execução - Os bandidos chegaram por volta de 3h à casa de Chico Gimenez, na Avenida Calógeras, centro de Ponta Porã, a poucos metros da sede do 11º Regimento de Cavalaria Mecanizado do Exército.

Eles estavam em quatro veículos – uma caminhonete Amarok, outra Triton, um Jeep Renegade e um carro de passeio. Não se sabe ainda o número exato de pistoleiros, mas seriam 16, segundo moradores da fronteira.

Usando um dos carros, os bandidos derrubaram o portão da casa e entraram atirando. Há marcas de bala nas portas, janelas, paredes e teto. Chico Gimenez estava no segundo andar, cujo acesso é feito por uma escada de metal. A mulher dele também estava na casa, mas teve a vida poupada pelos pistoleiros.

Vários tiros foram disparados no teto ao redor da escada. O corpo do empresário foi encontrado no piso superior, perto da escada. Ele tinha arma, mas a polícia não sabe se chegou a reagir. No local do crime os policiais recolheram 190 cápsulas de fuzis calibres 5.56 e 7,62, os mais usados pelos pistoleiros a serviço do narcotráfico na fronteira. Os carros usados pelos bandidos foram encontrados em chamas na margem da BR-463, próximo ao distrito de Sanga Puitã.

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