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Contra o bullying, família de Karina faz passeata e pede mais amor

A menina de 15 anos se enforcou no dia 7 de novembro e só depois de sua morte família descobriu preconceito

Geisy Garnes | 18/11/2017 12:12
Passeata reuniu família e amigos de Karina (Foto: Arquivo pessoal)
Passeata reuniu família e amigos de Karina (Foto: Arquivo pessoal)

Para alertar contra o bullying e chamar atenção para a dor e sofrimento que esse tipo de comportamento causa, a família de Karina Saifer Oliveira, se reuniu em uma passeata no centro de Nova Andradina - a 300 quilômetros de Campo Grande. A menina de 15 anos se enforcou no dia 7 de novembro.

Mesmo pequeno, cerca de 40 pessoas, o grupo andou pela cidade, de camisetas brancas com fotos da jovem e faixas nas mãos, em um carro de som um palestrante chamava atenção ao preconceito que tirou a vida de adolescente.

Foi só após a morte de Karina que a família descobriu o que realmente acontecia com a adolescente. Mensagens de ódio e preconceito por parte de colegas foram divulgadas nas redes sociais, críticas sobre o cabelo crespo, que ela costumava alisar, xingamentos e chacotas, chegaram ao conhecimento dos pais.

Em meio a tudo isso, a família ainda descobriu o suposto vazamento de fotos íntimas de Karina, tiradas para um namorado com quem teve um relacionamento no ano passado. “Queremos entender o porquê, como isso começou. Se foi quando as fotos íntimas foram divulgadas e até se o bullying tem ligação com isso”, explicou o pai da jovem, Aparecido de Souza Oliveira, em entrevista ao Campo Grande News.

O grupo saiu do ginásio de esporte da cidade, percorreu o centro, e terminou na escola em que Karina estudava, a Nair Palácio de Souza, onde um policial civil encerrou o evento com uma palestra do preconceito e bullying.

As faixas carregadas pela família durante toda a passeata, foram deixadas nos portões do colégio, como um pedido de amor e conscientização. “Somos todos Karina Saifer Oliveira, Não ao preconceito, ao ódio, ao descaso. Queremos vida, amor e paz no coração”. “Não ao bullying. Mais amor para não causar a dor”, diziam.

Grupo andou pelo centro da cidade e encerrou passeata em frente a escola em que a jovem estudava (Foto: Arquivo Pessoal)
Grupo andou pelo centro da cidade e encerrou passeata em frente a escola em que a jovem estudava (Foto: Arquivo Pessoal)

Para o pai da jovem, Aparecido de Souza Oliveira, de 47 anos, o que chamou atenção foi a emoção que encontrou nos olhos de quem assistia a passeata. "Vi uma mãe falando para o filho que era por isso que não deveria fazer esse tipo de coisa. Vi pessoas chorando”, lembrou. Mas apesar da emoção, o bacharel em direito destacou a indignação pelo total descaso da escola. Nenhum professor, aluno, ou direção compareceu ao evento.

Aparecido explicou que todos os órgãos públicos da cidade foram avisados, a escola de Karina, assim como outros colégios, a Secretária Municipal de Educação, e também as forças policiais do município . “Eu fiz por eles, não pela minha filha, porque não posso fazer mais nada por ela. O descaso é muito grande, as escolas se omitiram. Isso deveria ser usado como exemple, poderia ter servido como aula. Estou totalmente indignado”.

A morte da adolescente é investigada pela 1ª Delegacia de Polícia Civil de Nova Andradina.

Faixas foram deixadas em frente a escola onde menina estudava (Foto: Arquivo Pessoal)
Faixas foram deixadas em frente a escola onde menina estudava (Foto: Arquivo Pessoal)
Karina tinha 15 anos e sonhava em ser delegada (Foto: Arquivo Pessoal)
Karina tinha 15 anos e sonhava em ser delegada (Foto: Arquivo Pessoal)
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