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Em sessão de cinco horas, oposição adia anulação de eleição da Mesa

Após tentar substituir vereadores presos em chapa que disputa eleição, base aliada da prefeita busca anular processo eleitoral, mas oposição abusou de pedidos de vistas para adiar discussão

Helio de Freitas, de Dourados | 10/12/2018 23:25
Sessão da Câmara de Dourados foi encerrada às 23h10 sem votar requerimentos da base aliada da prefeita (Foto: João Pires/Estado Notícias)
Sessão da Câmara de Dourados foi encerrada às 23h10 sem votar requerimentos da base aliada da prefeita (Foto: João Pires/Estado Notícias)

Recorrendo a pedidos de vistas e discussões intermináveis, a bancada de oposição conseguiu ganhar mais tempo e adiou, pelo menos por alguns dias, a anulação do processo eleitoral da Mesa Diretora da Câmara de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande.

Durante quase cinco horas, na noite desta segunda-feira (10), o grupo dos oito vereadores de oposição ao Executivo impediu a votação de dois requerimentos da base aliada, formada por nove vereadores.

Inicialmente o grupo de apoio à prefeita Délia Razuk (PR) tentou substituir na chapa “Legislativo Forte” os vereadores Pedro Pepa (DEM), candidato a presidente, e Pastor Cirilo Ramão (MDB), candidato a segundo secretário.

Junto com Idenor Machado (PSDB) e outras sete pessoas, os dois estão presos desde o dia 5 deste mês, acusados de corrupção na Câmara douradense.

A ideia era colocar Alberto Alves dos Santos, o Bebeto (PR) no lugar de Pepa como candidato a presidente e Janio Miguel (PR) como candidato a segundo secretário no lugar de Cirilo.

Entretanto, a troca de nomes foi rejeitada pela assessoria jurídica da Casa, já que o prazo regimental para substituição terminou na quarta-feira (5).

O vereador Elias Ishy (PT) disse que o pedido era uma manobra, já que tanto Pedro Pepa quanto Cirilo não pediram afastamento, como fez Idenor Machado, e continuam exercendo o mandato, mesmo presos, e vão até receber salário. Ou seja, podem ser votados.

Anulação – Como anunciou em entrevista coletiva na tarde de hoje, a tropa de choque da prefeita pediu a anulação do processo eleitoral. Só que não houve tempo para o pedido ser colocado em votação. a sessão só pode ir até 23h10, como determina o Regimento Interno.

Em requerimento apresentado à Mesa Diretora, o grupo dos nove afirma que o processo eleitoral se tornou nulo pelo fato de a presidente da Câmara Daniela Hall (PSD) não ter convocado, no domingo (9), outra sessão extraordinária para o dia seguinte. A sessão ocorreu nesta segunda, mas só foi convocada duas horas antes.

Na tribuna, Elias Ishy afirmou que mais uma vez, ao desistir da substituição dos nomes e tentar a anulação da eleição, a base aliada tenta uma manobra.

Se insistisse no primeiro pedido, o grupo precisaria de dez votos para mudar o Regimento Interno e permitir a troca de nomes mesmo com o prazo vencido.

Com Pedro Pepa e Cirilo Ramão presos, a tropa de choque tem nove votos. Idenor também é da base, assim como seu substituto, o suplente Mauricio Lemes Soares (PSB).

A sessão terminou com contagem regressiva feita por pessoas presentes nas galerias para protestar contra os vereadores aliados da prefeita.

A outra chapa inscrita para a eleição tem como candidato a presidente o vereador Alan Guedes (DEM). Apoiam a chapa os vereadores Marçal Filho e Sérgio Nogueira (os dois do PSDB), Daniela Hall, Lia Nogueira (PR), Elias Ishy, Olavo Sul (Patriota) e Madson Valente (DEM).

Daniela Hall disse ao final da sessão que a saída para o impasse será recorrer à Justiça, para que o Judiciário determine qual solução deve ser adotada – substituição dos nomes ou novo processo eleitoral.

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