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Interior

Empresário é solto, mas 19 continuam presos por explorar jogo do bicho

Franklin Gandra Belga foi um dos alvos da quarta fase da Operação Successione

Por Dayene Paz | 02/12/2025 09:59
Empresário é solto, mas 19 continuam presos por explorar jogo do bicho
Site criado por clã Razuk para adequar loteria ilegal à era digital, segundo o Gaeco (Foto: Reprodução dos autos de processo)

O empresário Franklin Gandra Belga, um dos alvos da quarta fase da Operação Successione, deixou a prisão após decisão judicial que substituiu a preventiva por medidas cautelares. Enquanto ele ganha liberdade provisória, outros 19 investigados seguem atrás das grades por envolvimento no esquema de exploração do jogo do bicho comandado pelo clã Razuk.

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A quarta fase da Operação Successione, deflagrada contra o jogo do bicho em Mato Grosso do Sul, mantém 19 investigados presos. Franklin Gandra Belga, um dos alvos, obteve liberdade provisória mediante medidas cautelares, incluindo a proibição de deixar a comarca e contatar outros envolvidos. A operação visa desmantelar uma organização criminosa liderada pela família Razuk, que controlava jogos de azar através de corrupção e violência. Entre os detidos está um policial militar acusado de vazar informações sigilosas, além de membros do clã que administravam sites de apostas online ilegais.

A decisão que colocou Franklin em liberdade aponta que o crime imputado a ele não envolveu violência ou grave ameaça, o que permitiu a aplicação de cautelares. Ele está proibido de deixar a comarca sem autorização, não pode manter contato com demais investigados e testemunhas e deverá apresentar o celular ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) no dia 1º de dezembro, para análise. O juiz ainda advertiu que qualquer descumprimento resultará no retorno imediato à prisão.

A quarta fase da Successione, deflagrada no dia 25 de novembro, mirou a estrutura de poder da família de Roberto Razuk, apontada como líder de uma organização criminosa armada, violenta e dedicada ao controle de jogos de azar em Mato Grosso do Sul. Dos 20 alvos de prisão, três conseguiram escapar do cerco, mas o núcleo do grupo foi capturado.

Segundo as investigações, o esquema mantinha o jogo ativo por meio de corrupção, roubos, lavagem de dinheiro e violação de sigilo funcional. A polícia afirma que o grupo atuava com ramificações em MS e ampliava operações para outros Estados, como Goiás, onde pretendia assumir o controle do jogo do bicho.

Entre os presos está o policial militar Anderson Lima Gonçalves, de Ponta Porã. Ele teria repassado informações sigilosas ao grupo em troca de propina. De acordo com o MP (Ministério Público), o sargento acessava sistemas restritos de segurança — Sigo (sistema integrado de gestão operacional) e Infoseg (rede nacional de informações de segurança pública) - para levantar dados de vítimas de extorsão e auxiliar a quadrilha. Uma das ações citadas pelo MP envolveu a suposta articulação para liberar um preso na fronteira, mediante negociação financeira conduzida pelo próprio militar.

A investigação também aponta que o grupo operava dois sites de apostas online. Um deles era administrado por Jorge Razuk Neto, filho de Roberto Razuk, 84 anos, e irmão do deputado estadual Neno Razuk. O outro portal estava sob comando de Sérgio Donizete Baltazar, dono da Criativa Technology, empresa de fachada que chegou a participar da licitação da Lotesul, loteria oficial do Estado. Segundo o MP, a companhia existia apenas no papel, sem estrutura física ou funcionários, e foi financiada pelo próprio Roberto Razuk - detalhe que já havia levantado suspeitas desde o certame milionário.

Foram presos nesta etapa: Roberto Razuk, Rafael Godoy Razuk, Jorge Razuk Neto, Sérgio Donizete Baltazar, Flavio Henrique Espíndola Figueiredo, Jonathan Gimenez Grance (Cabeça), Samuel Ozório Júnior, Odair da Silva Machado (Gaúcho), Gerson Chahuan Tobji, Marco Aurélio Horta, Anderson Lima Gonçalves, Paulo Roberto Franco Ferreira, Anderson Alberto Gauna, Willian Ribeiro de Oliveira, Marcelo Tadeu Cabral, Franklin Gandra Belga, Jean Cardoso Cavalini, Paulo do Carmo Sgrinholi, Willian Augusto Lopes Sgrinholi e Rhiad Abdulahad.

Desses, apenas Franklin conseguiu a soltura. Roberto Razuk cumpre prisão domiciliar, e os demais tiveram a preventiva mantida nas audiências de custódia. As defesas ainda tentam a liberdade dos investigados.

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