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Interior

Infectada por covid, detenta denuncia condições de presídio com 21 casos

Detenta está na casa de parentes e diz que o presídio "não é lugar de gente" e para parentes de infectados buscarem informações

Silvia Frias | 07/07/2020 08:27
Presas em Rio Brilhante passaram por exames para detecção da covid-19 (Foto/Divulgação)
Presas em Rio Brilhante passaram por exames para detecção da covid-19 (Foto/Divulgação)

Detenta do Estabelecimento Penal Feminino de Rio Brilhante Samara Gomes Pimenta, 29 anos, denunciou as condições do presídio depois que 21 internas foram diagnosticadas com novo coronavírus (covid-19). Se recuperando da doença na casa de parentes, ela gravou vídeo, postado na rede social da irmã.

“Aquele presídio não é lugar de gente não, é presídio horrível, a gente não pode falar com nossa família, não pode conversar com ninguém”, disse Samara.  E completa. “Quem tiver parente preso em Rio Brilhante, cuidado, que o negócio tá doido”.

Na primeira semana de julho, testagem em massa detectou que 21 das 98 detentas do presídio em Rio Brilhante, a 164 quilômetros de Campo Grande, estão infectadas pela covid-19. As presas foram isoladas, com exceção de uma, encaminhada para hospital, por conta de problemas anteriores de pulmão.

Samara, em vídeo postado nas redes sociais (Foto/Reprodução)
Samara, em vídeo postado nas redes sociais (Foto/Reprodução)

No vídeo, Samara não esclarece se ela é a detenta inicialmente transferida para hospital. Na gravação, diz que está na casa da irmã, em Nova Andradina, a 241 quilômetros de Campo Grande.

Samara está presa por tráfico de drogas desde em maio de 2019. Em novembro daquele ano foi sentenciada a 10 anos e dois meses de prisão em regime fechado, pena que está sendo cumprida no presídio de Rio Brilhante, a 164 quilômetros da Capital.

Com dificuldade de respirar e usando máscara e luvas, Samara não é específica nas denúncias, mas denuncia as condições do presídio. “É muito sofrimento, é muito dificuldade para nós”.

Ela diz que tem medicamentos para o tratamento e pede doações de álcool em gel e luvas. “Não esperava que isso fosse acontecer comigo, foi um baque muito grande, ainda mais dentro daquele lugar”.

A assessoria da Agepen (Agência de Administração do Sistema Penitenciário) e aguarda retorno informou que seis das 21 contaminadas foram liberadas, sendo cinco com tornozeleira eletrônica e uma que já tinha direito a progressão de regime. A Agepen também nega que as presas não tenham acesso aos familiares, explicando que as visitas estão sendo feitas de forma virtual.

Em nota divulgada no dia 2 de julho, quando os testes foram realizados, a Agepen informou que a direção da unidade realizou o isolamento das internas, e novos testes serão aplicados conforme a necessidade. Dois servidores também foram infectados, segundo a administração.


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