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Interior

Prefeitura de Dourados terá de jogar 300 mil remédios no lixo

Marcio Breda, com reportagem de Fabiane Dorta, Diário MS | 22/01/2011 13:08
Foto: Eliel Oliveira
Foto: Eliel Oliveira

Enquanto usuários do Sistema Único de Saúde continuam enfrentando dificuldades quando precisam de medicamentos em Dourados, como o omeprazol, ibufrofeno e paracetamol, cerca de 300 mil unidades serão descartadas porque passaram do prazo de validade, antes mesmo de sair do estoque.

Os remédios vencidos foram encontrados durante um levantamento feito no almoxarifado da Central de Abastecimento Farmacêutico da prefeitura, de onde saem os medicamentos que são distribuídos às farmácias públicas. “Esses foram os que nós conseguimos identificar e tiramos do estoque. Alguns estavam vencidos desde o ano passado”, afirmou o diretor da Central, Racib Panage Harb.

O material já está em local separado dos que serão distribuídos às farmácias municipais e passa por avaliação para saber quais foram os tipos de medicamentos retirados. “Aqui deve ter uma média de 200 a 300 mil unidades, tem de tudo, nós ainda estamos catalogando”, afirma o diretor.

A quantia será levada para a vigilância sanitária, que deve acompanhar o despejo dos remédios vencidos na vala séptica reservada ao lixo hospitalar, no aterro sanitário.

Para o diretor, o desperdício foi ocasionado pela falta de planejamento da gestão anterior, do ex-prefeito Ari Artuzi. “No caso da saúde mental, por exemplo, eles compravam muito do que precisava pouco e pouco do que precisava muito”, explicou Harb.

Foram encontradas pelos gestores da central entre os documentos, comunicações internas encaminhadas para a secretaria de saúde alertando falta de remédio, a maioria resultou em compras emergenciais.

Com os documentos em mãos, a direção constatou que a última compra grande de medicamentos foi feita em Dourados no ano de 2009 e seria suficiente para suprir a demanda da cidade em um ano.

A gestão de Artuzi teria adquirido mais medicamentos em 2010 usando termo aditivo, que permite a obtenção de mais 25% do volume acertado em contrato. O mesmo motivo teria resultado na falta de alguns medicamentos que existem hoje nas farmácias do SUS.

O diretor admite que “falta medicamento, não tem como negar, e deve faltar mais uma vez ou outra, principalmente àqueles que a demanda é muito grande”, afirma Harb. Ele lembra que a situação deve se amenizar nos próximos dias, com a chegada dos remédios de uma dispensa de licitação feita em novembro.

A expectativa é de que a quantia que hoje enche os estoques seja suficiente para abastecer as farmácias nos próximos dois meses, tempo que deve levar o processo licitatório que está em fase de elaboração para uma compra anual de produtos.

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