A Polícia Federal de Mato Grosso do Sul abriu inquérito e está “a caça” do autor de uma notícia falsa que passou a ser veiculada em grupos de WhatsApp onde estão as pessoas que compraram cotas em negócio oferecido pela Company Consultoria Empresarial, empresa de Campo Grande, que pertence a Celso Éder Gonzaga de Araújo, o suspeito de comandar golpe que fez ao menos 25 mil vítimas no Brasil. Segundo a PF, a fake news está sendo usada para desacreditar o trabalho da corporação e perpetrar a fraude.
A Company foi o principal alvo da Operação Ouro de Ofir, deflagrada na terça-feira (21) em Mato Grosso do Sul e mais dois estados. Celso Éder está preso.
De acordo com PF, os estelionatários teriam usado o layout do G1 para veicular o título que seria de uma matéria feita pelo jornal on-line da rede Globo.
“Polícia Federal admite erros em Operação Ouro de Ofir, Celso Éder mostra valores que serão pagos a partir de hoje a investidores”, é intitulada a fake news. No subtítulo, está escrito “nós erramos, os valores, de fato, existem”. O suposto print não traz o texto da matéria.
Ainda segundo a PF, assim que tomou conhecimento da situação, a rede Globo enviou declaração oficial negando a autoria da matéria foi enviado ao superintendente da PF em MS, Ricardo Cubas Cesar.
“A imagem (suposto print) permitiu que os estelionatários mantivessem seus golpes pela internet e amealhassem outras vítimas, com propostas de elevadíssimo retorno financeiro resultante de investimentos irrisórios e histórias fantasiosas”, informou a Polícia Federal via assessoria de imprensa.
Aúdios - A polícia também está atrás dos autores de áudios enviados a diversos grupos do WhatsApp e outros aplicativos que reúnem “investidores”, onde os estelionatários disseminam a informação de que a Ouro de Ofir seria um complô contra as operações oferecidas pela Company.
“Tais áudios têm como objetivo gerar confusão às vítimas para que não denunciem e busquem a responsabilização dos autores dos crimes e, em alguns casos, aportem mais recursos para enriquecimento dos criminosos, como restou provado pelas buscas e apreensões realizadas esta semana pela PF e Receita Federal”, informou a nota da PF.
Operação – Policiais federais e servidores da Receita foram às ruas antes da 7h desta terça-feira (21) para cumprir 19 mandados – 11 de busca e apreensão, 4 de prisão temporária e 4 de condução coercitiva, em Campo Grande, em Terenos, Goiânia (GO) e Brasília (DF).
Além de Celso Éder, foram presos Anderson Flores de Araújo e Sidney Anjos Peró. O quarto alvo, Ricardo Machado Neves, está foragido. Eles, segundo a polícia, são “cabeças” do esquema em Mato Grosso do Sul.
O nome da operação, Ouro de Ofir, é inspirado em uma cidade mitológica da qual seria proveniente um ouro de maior qualidade e beleza. Tal cidade nunca foi localizada e nem o metal precioso que seria de origem dele.
Esquema – Conforme divulgou a PF, o grupo dizia que havia uma mina de ouro explorada na época do império e os valores referentes às comissões das vendas feitas para a Europa e aos Estados Unidos pertenciam a uma família de Campo Grande.
O golpe teria começado a ser aplicado em Mato Grosso do Sul por Celso Araújo há ao menos dez anos. Ele dizia ser herdeiro dos valores, aponta a PF. Depois, Celso Éder, neto dele, assumiu os “negócios”.
De acordo com o delegado federal Cleo Mazzoti, os estelionatários integrantes da organização criminosa diziam que a família havia ganhado em uma ação internacional o direito a repatriação de R$ 3 trilhões, mas o acordo judicial previa que 40% do montante fosse distribuído para outros brasileiros.
As cotas mínimas para entrar no negócio eram de R$ 1 mil e os “corretores” prometiam lucro de até R$ 1 milhão, quando o dinheiro fosse repatriado.
Outra modalidade de golpe era a promessa de liberação de uma antiga LTN (Letra do Tesouro Nacional).
A quadrilha chamava as supostas operações financeiras de SAP e Aumetal.
Denúncias - Já está disponível no site da Polícia Federal o formulário que vítimas do golpe milionário investigado na Operação Ouro de Ofir. A corporação também orienta que as pessoas que investiram dinheiro nos “negócios” oferecido principalmente pela Company Consultoria Empresarial façam boletim de ocorrência na Polícia Civil da sua cidade.
Se preferir, baixe o formulário aqui.