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Cidades

Presídio federal passa a oferecer Ensino Básico à distância a detentos

Modalidade foi adotada para ampliar total de custodiados matriculados e visa a atender a Lei de Execuções Penais

Humberto Marques | 20/08/2018 15:11
Especialistas elaboraram modelo de ensino para oferecer aulas a detentos do presídio federal. (Foto: Divulgação)
Especialistas elaboraram modelo de ensino para oferecer aulas a detentos do presídio federal. (Foto: Divulgação)

A Penitenciária Federal de Campo Grande começa nesta segunda-feira (20) a oferecer aos seus detentos que desejam concluir a Educação Básica matrículas para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, na modalidade EaD (Ensino à Distância). O novo sistema visa a ampliar o número de alunos atendidos, possibilitando aos presos estudarem dentro das celas.

O modelo, tratado como inovador, substitui a Educação Básica exclusivamente presencial que era oferecida no Presídio Federal até o ano passado. Havia o limite de até 13 custodiados em sala, por vivência, mais o professor-colaborador. Porém, dado o perfil individualizado do preso, o interesse em prosseguir os estudos diminuiu –a ponto de apenas seis presos concluírem alguns períodos de ensino.

“Esse modelo à distância só foi autorizado em 2016. A partir daí, os professores e profissionais da rede pública de ensino começaram a se reunir conosco com a finalidade de conhecer as peculiaridades do sistema federal com a finalidade de adaptar um modelo de ensino próprio para o Sistema Penitenciário Federal”, disse a pedagoga e Especialista Federal em Execução Penal, Carla dos Santos, para quem o modelo presencial já não atendia o perfil dos presos federais.

Para este ano, das 70 vagas abertas, 60 matrículas já foram confirmadas. Diretor do Presídio Federal, Rodrigo Almeida Morel explica que, após a fase inicial, será feito relatório destinado ao Depen (Departamento Penitenciário Nacional) propondo a expansão da metodologia de ensino a todas as penitenciárias federais.

A demanda de novos alunos levou a Direb (Divisão de Reabilitação) a alocar mais quatro servidores para o setor. O novo sistema também agrega a vantagem de atender exigências próprias de um presídio federal, permitindo que a unidade cumpra as exigências da Lei de Execução Penal que prevê a oferta do Ensino Básico nos presídios.

Grade – Os detentos que participarem do EaD estudarão quatro módulos de áreas do conhecimento (Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas), cada um com carga de 400 horas/aula, equivalentes a 100 dias letivos.

Como haverá pouco contato com os professores, o material didático elaborado é de fácil entendimento, segundo os especialistas envolvidos no projeto. Os alunos terão um tempo para ler o conteúdo e, de forma verbal, receberão orientação para suprimir eventuais dúvidas.

A cada 40 horas de ensino será aplicada a avaliação quinzenal, para verificar como o aluno está respondendo ao método. Essa etapa será sucedida por um novo tempo de aprendizagem, até a prova seguinte. Ao fim do módulo será aplicada a avaliação escrita. Caso atinja a média 6 depois de todas as avaliações modulares, estará apto à certificação (a cada seis meses, contra a atestação anual do sistema presencial).

Os alunos preencherão ainda uma “caixa de diálogo”, como foi batizada a folha de preenchimento na qual o interno fará seus questionamentos, a serem respondidos pelo professor encarregado.

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