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Em Campo Grande, Edu e Wladimir apontam Brasil com cara de campeão

Antes de jogo festivo no Elias Gadia, os dois ex-jogadores do Corinthians, Santos e da Seleção, falaram sobre as chances do time de Tite na luta pela conquista da Copa da Rússia

Paulo Nonato de Souza | 29/05/2018 09:10
Edu, ponta-esquerda, e Wladimir, lateral-esquerdo, dois craques do futebol brasileiro estiveram em Campo Grande para participar de evento no Elias Gadia (Foto: Saul Schramm)
Edu, ponta-esquerda, e Wladimir, lateral-esquerdo, dois craques do futebol brasileiro estiveram em Campo Grande para participar de evento no Elias Gadia (Foto: Saul Schramm)

Um treinador competente, uma eliminação frustrante na Copa de 2014 como lição e um grupo de jogadores com o que há de melhor no futebol brasileiro no momento. É assim que os ex-jogadores Wladimir e Edu, que fizeram história no Corinthians e no Santos, respectivamente, e também na Seleção Brasileira, avaliam as chances do Brasil às vésperas de estrear na Copa do Mundo de 2018, na Rússia.

Na última sexta-feira, 25, horas antes de irem à campo para um jogo festivo no Complexo Esportivo Elias Gadia, no bairro Taveirópolis, em Campo Grande, onde foram as principais atrações em campo, Wladimir e Edu falaram ao Canal Copa do Mundo 2018, do Campo Grande News, sobre o que esperam da Seleção Brasileira no Mundial da Rússia.

“Estou acompanhando a preparação do Brasil para a Copa com muito otimismo. Penso que o Tite é um treinador extremamente competente e conseguiu selecionar o que tem de melhor hoje no futebol brasileiro. Portanto, a gente acredita que o melhor está por vir. Temos um grupo de jogadores e uma comissão técnica que merecem nosso voto de confiança”, disse o ex-lateral-esquerdo Wladimir.

Para o ex-atacante Edu, tricampeão do mundo pela Seleção na Copa de 70, no México, o Brasil vai para a Copa da Rússia com um treinador “espertíssimo” em termos de futebol no comando de uma excelente geração de jogadores.

Edu, de 68 anos, disputou duas Copas do Mundo, a de 1966 na Inglaterra e a de 1970, no México (Foto: Saul Schramm)
Edu, de 68 anos, disputou duas Copas do Mundo, a de 1966 na Inglaterra e a de 1970, no México (Foto: Saul Schramm)

“Eu estou muito otimista. Nosso treinador é um estudioso do futebol, que conhece o que há de moderno em termos de táticas e sistema de jogo, um treinador espertíssimo, e temos uma excelente geração de jogadores. Todos são ídolos nos times onde jogam, e como peças principais. Se a Seleção conseguir montar um bom conjunto, e terá tempo hábil para isso, com certeza terá condições de nos dar a alegria de ganhar mais uma Copa do Mundo”, declarou Edu.

Sobre o que restou da eliminação desastrosa na semifinal da Copa do Mundo de 2014, com a derrota de 7 a 1 para a Alemanha, Wladimir considera que ficou a lição de um momento ruim para dar maturidade a um grupo que representará o Brasil quatro anos depois.

“Sem dúvida foi uma experiência negativa, mas uma experiência negativa é sempre uma lição, e a gente tem que saber aprender com ela. Eu espero que agora na Rússia a Seleção Brasileira tenha a sensibilidade e a capacidade de reverter isso, porque com toda a tradição internacional que tem o futebol brasileiro é óbvio que ninguém aceita aquilo, ninguém suporta”, comentou Wladimir.

Wladimir, 64 anos, poderia ter disputado a Copa de 78, na Argentina, não fosse a rivalidade entre paulistas e cariocas na época (Foto: Saul Schramm)
Wladimir, 64 anos, poderia ter disputado a Copa de 78, na Argentina, não fosse a rivalidade entre paulistas e cariocas na época (Foto: Saul Schramm)

Na opinião do ex-ponta-esquerda Edu, a derrota de 7 a 1 para os alemães em 2014 ficou no passado, mas concorda com Wladimir que restou a lição para os jogadores e comissão técnica da Seleção Brasileira na disputa da Copa da Rússia. “Acho que isso é passado. Vale como lição e bola para frente. Infelizmente aconteceu esse desastre, mas é bola que segue”, destacou.

Edu e Wladimir também estão de acordo que Neymar fará a diferença para o Brasil nos gramados da Rússia. Para Wladimir, Neymar é superior e destoa de todos os outros jogadores da Seleção Brasileira. “Penso que ele vai fazer a diferença nos momentos difíceis”, frisou. “O Neymar é um caso a parte. Ele é capaz de destruir uma zaga, mas acredito também na força do conjunto e o Brasil está muito forte coletivamente”, disse Edu.

Os dois ex-jogadores apostam em uma Copa do Mundo sem surpresas, mesmo com todo o cartaz que está sendo dado para a Bélgica, primeira seleção europeia a se classificar para a Copa da Rússia e que tem como destaques os jogadores Eden Hazard, Kevin De Bruyne e Romelu Lukaku, reconhecidos talentos individuais.

“Na minha opinião os favoritos são os mesmos de todas as Copas anteriores. Além do Brasil, a Alemanha, a Argentina e talvez a França, que pode fazer frente às grandes potências, mas acho que a nossa Seleção vai chegar fortíssima e espero que possa conquistar mais esse título”, enfatizou Edu. “Alemanha, Argentina e Brasil sempre entram em uma Copa do Mundo como favoritos, e aí vai depender do que conseguirem apresentar, do desempenho em campo, mas acho que o título vai ficar entre essas três seleções”, prevê Wladimir.

HISTÓRIAS PELA SELEÇÃO - O ex-lateral-esquerdo revelado no Corinthians, onde jogou por 14 anos, entre 1972 e 1985, com saída e retorno em 1987, sempre como titular absoluto da camisa 4, teve uma passagem um tanto conturbada pela Seleção Brasileira nas Eliminatórias da Copa de 78. Wladimir jogou como titular na estreia diante da Colômbia com empate por 0 a 0 no Estádio El Campín, dia 20 de fevereiro de 1977, em Bogotá, mas depois disso o técnico Oswaldo Brandão acabou demitido, ele não foi mais convocado e só retornou à Seleção na Copa América de 1983 já sob o comando de Carlos Alberto Parreira.

“Além da altitude de 2.640 metros acima do nível do mar eu tive que marcar simplesmente o melhor jogador da Colômbia, o ponta-direita Willington Ortiz, considerado o melhor atacante colombiano no Século XX, e quando terminou o jogo a imprensa do Rio veio me cobrar porque eu não apoiei o ataque. Que jeito? Não tinha essa de marcar e atacar quando você enfrenta o problema da falta de ar e um atacante veloz e habilidoso como Willington Ortiz”, lembrou Wladimir.

Na Copa da Argentina, sob o comando do técnico carioca Claudio Coutinho, o Brasil teve o zagueiro Edinho improvisado na lateral-esquerda. “Eu queria muito disputar a Copa da Argentina. Em 1978 eu estava no meu melhor momento, mas não guardo mágoa, achei normal”, declarou Wladimir, numa referencia à grande rivalidade que havia na época entre cariocas e paulistas nas convocações da Seleção Brasileira.

Naquele jogo em Bogotá, o Brasil teve em campo seis jogadores de clubes de São Paulo e quatro de clubes do Rio de Janeiro, além de três do Internacional de Porto Alegre: Leão (Palmeiras), Zé Maria (Corinthians), Amaral (Guarani), Beto Fuscão (Palmeiras) e Wladimir (Corinthians); Givanildo (Corinthians) depois Caçapava (Internacional), Falcão (Internacional) e Rivellino (Fluminense); Gil (Botafogo) depois Valdomiro (Internacional), Roberto Dinamite (Vasco) e Zico (Flamengo). Técnico: Oswaldo Brandão, um gaúcho que fez carreira no comando de clubes paulistas, como Palmeiras e Corinthians.

Já o ex-ponta-esquerda Edu, que se notabilizou no futebol mundial pela sua ofensividade e dribles desconcertantes, é o 6º jogador da história do Santos Futebol Clube que mais vestiu a camisa do clube com 584 jogos.

Edu estreou no time principal com apenas 15 anos de idade em um jogo contra o Botafogo, no Maracanã, e foi o jogador mais jovem a ser inscrito em uma Copa do Mundo, aos 16 anos, no Mundial de 1966, realizado na Inglaterra. Em 1970, foi campeão do mundo no México aos 20 anos. No total, entre jogos oficiais e amistosos, ele fez 50 jogos com a camisa da Seleção e marcou 12 gols.

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