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Economia

Abastecimento cai 56% em laticínio com paralisação nas estradas

O protesto provoca também desabastecimento de combustíveis e de medicamentos nas farmácias

Viviane Oliveira e Mirian Machado | 24/05/2018 13:55
Os estoques no laticínio Imbaúba, por exemplo, já foram reduzidos em 56% (Foto: Direto das Ruas)
Os estoques no laticínio Imbaúba, por exemplo, já foram reduzidos em 56% (Foto: Direto das Ruas)

A paralisação dos caminhoneiros autônomos contra a política de reajuste do preço do combustível, que entrou nesta quinta-feira (24) no quarto dia, começou a afetar também os laticínios no Estado. Os produtores estão jogando fora o leite que não conseguem levar para as indústrias.

Conforme o diretor comercial do Laticínio Imbaúba, Renato Gasparini, os caminhões que recolhem o produto em 720 fazendas não estão conseguindo chegar nas propriedade rurais em razão da greve. “A gente recebe cerca de 80 mil litros de leite por dia. Por causa da paralisação, tem chegado em torno de 30 a 35 mil litros. Estamos preocupados. A indústria começa a ficar ociosa”, lamenta. Os estoques no laticínio  Imbaúba, por exemplo, já foram reduzidos em 56%.

Renato explica que mesmo não sendo possível transportar o produto, os fornecedores precisam tirar o leite para a vaca não ficar doente. “O leite não pode ficar represado. O único jeito, então, é jogar fora, pois a maioria dos produtores não tem capacidade de armazenamento”, conta.

O protesto dos caminhoneiros também provoca desabastecimento de combustíveis, de frutas, de verduras e de medicamentos nas farmácias. A mobilização, que começou a repercutir no domingo (20), continua nesta quinta-feira (24) em todo o país. O protesto não impede a passagem de carros de passeio e ambulâncias. Já motoristas de caminhões e carretas são impedidos de seguir viagem.

No fim da manhã de quarta-feira (23), até a passagem de um trem foi impedida por grupo de protestantes, em uma linha férrea no município de Coxim. A cada dia aumenta os pontos de interdição no Estado. Ontem, era 22 e hoje já são cerca de 30, de acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal). 

Vindo do Rio Grande do Sul, o caminhoneiro José Júlio Guimarães, 54 anos, está parado no anel viário da BR-163 desde segunda-feira (21), dia que seria entregue a carga de carne no Mato Grosso. “Vou sair daqui só quando liberarem. Ainda não tenho ideia de quanto. A carga vai chegar lá, mas não sei quando”, afirma. Ele disse que o produto não vai estragar porque o caminhão enquanto tiver combustível o refrigerador do caminhão mantém a temperatura ideal.

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