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Economia

Desalento: em MS, 36 mil pessoas já desistiram de procurar emprego

Pesquisa do IBGE aponta que a maioria dos desalentados são os jovens e as mulheres e o motivo é a recessão no país

Maressa Mendonça e Rosana Siqueira | 19/11/2019 17:13
Jeferson Cristiano é vendedor ambulante (Foto: Kisie Ainoã)
Jeferson Cristiano é vendedor ambulante (Foto: Kisie Ainoã)

O desalento ou desânimo em procurar emprego porque não tem esperanças de que irão encontrar atinge 36 mil pessoas com 14 anos ou mais no Estado. Os dados fazem parte da Pesquisa Trimestral do IBGE, divulgada hoje. O levantamento aponta que o percentual de pessoas desalentadas na população na força de trabalho ampliada foi de 2,4% e se manteve estável com o trimestre anterior e com o mesmo trimestre de 2018.

Esta vibe negativa atinge principalmente os jovens e as mulheres e um dos principais motivos é o período de recessão no país, que já dura mais de 5 (cinco) anos, que leva ao enfraquecimento da economia. Isso gera escassez de emprego e uma inércia no mercado, que, com dificuldade de reação, forma um círculo vicioso culminando na escassez de oferta de emprego formal e alta rotatividade nos quadros das empresas.

Vendedor de segunda a sexta e locutor de rodeio durante os fins de semana, Jeferson Cristiano, de 28 anos, faz parte do grupo daqueles que abriram mão de procurar emprego com registro em carteira. “Nem se o cara me ligar oferecendo. Mando ir embora”, brinca.

Jeferson conta ter trabalhado de maneira formal apenas em 2016. Antes disso ele tinha trabalhado de maneira informal. Por esse motivo ele diz ter sido “autônomo a vida inteira”.
Segundo ele, o motivo de ter se adaptado tão facilmente ao emprego informal é o rendimento. “Tiro de R$ 2 mil a R$ 3 mil por mês trabalhando 8 horas por dia”, declara. Ele comercializa brinquedos, além de água e refrigerante.

Quem também perdeu o interesse de trabalhar com carteira assinada há anos é a vendedora Luciene Souza Lima, de 42 anos. O último registro, segundo ela, é de 2009 quando atuou como cozinheira em uma empresa. O emprego durou apenas cinco meses porque ela não aguentou a rotina. “Ter horário para acordar, ver todos os dias as mesmas pessoas não é pra mim”.

Luciene começou vendendo chocolates, depois passou para salgadinhos, sanduíches naturais e hoje comercializa geladinho, sempre no centro da Capital. Com o salário ela disse, com orgulho, ter sustentado os dois filhos e até comprado a própria casa.

Vendedora Luciene Souza Lima
Vendedora Luciene Souza Lima
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