Só o amor supera perrengues de quem ficou junto na pandemia

A maioria das pessoas que respondeu a enquete de ontem afirmou que excesso de intimidade não acaba com a relação. Foram 63% que disseram que não, contra 37% que afirmam que sim.

Nas redes sociais, os internautas que afirmam não, defendem que o que acaba com um relacionamento é a falta de respeito ou de amor. É o que diz o internauta Luiz Soares. “O dia [em] que as pessoas disserem [que] excesso acaba com relacionamento pode ter certezas que seu amor pelo seu companheiro está acabando aos poucos, até porque quando você namora ou recém casa, você quer está com a pessoa toda hora, mas quando você começa a colocar obstáculos ou desculpa no relacionamento, pode ter certeza que já não estão se amando como no primeiro momento quando se conheceram”, comentou no Facebook.

Para defender o sim, o principal argumento é que tudo em excesso não é bom e que as pessoas se jogam de cabeça. “Os relacionamentos hoje não duram porque as pessoas pulam fases. Às vezes não têm um mês de relacionamento e já estão morando juntos”, comenta Maria Inez Pereira Mendes.

Nas ruas, o motorista Antônio Geraldo, o que acaba afetando os relacionamentos é a falta de intimidade combinado com o convívio excessivo. “Para quem quer casar, é importante ter intimidade. Quando tem pouca intimidade, mas as pessoas começam a conviver demais, isso sim dá problema”, explica.

A esteticista Vitória Neri também não acha que excesso de intimidade acaba com a relação. “Relacionamento tem que ter intimidade, pouca intimidade causa coisas inaceitáveis, tipo ciúmes. E o tempo que se passa junto não interessa, tem que tá perto mesmo, quanto mais perto, melhor”, reforça.

Já o vendedor Pedro Rani, defende que sim, a intimidade em excesso pode acabar com um relacionamento. “Cada um tem que ter seu tempo. Tive proposta de trabalhar com a minha esposa, mas eu recusei, porque tem que ter um tempo”, detalha.

De acordo com Gilberto Henrique Moura, tudo depende de cada pessoa. ““Depende muito do relacionamento. Se for sentado e conversado, acho que [o excesso de intimidade] não atrapalha não. Cada um tem sua opinião, seu jeito de pensar, então tem que conversar e resolver”, comenta.

De acordo com a psicóloga Luciana Velasques, muito do que contribui para que as pessoas “não se aturem” quando passam a conviver mais tempo juntas, é a mudança na vida das pessoas e como elas passam tempos juntas.

“A gente ainda pensa muito no antigo molde de relacionamento, aquele em que as mulheres ficam mais tempo em casa, em que o casal faz tudo junto. Hoje, as mulheres também trabalham, então o tempo em que o casal fica junto, é menor do que antigamente. Só que na verdade, o que é muito mais importante é a qualidade do tempo em que o casal passa junto. É preciso estar disposto a isso, a querer ter um tempo de qualidade, independente de quanto tempo se fica junto. E também definir essas questões: o que é esse excesso de intimidade? O que é invasivo?”, explica.

Ainda de acordo com Luciana, durante a pandemia, ficar muito tempo junto afetou as pessoas de maneira diferente. “A pandemia trouxe muito stress para as pessoas e realmente, administrar às vezes home office, cuidar das crianças e ficar juntos o tempo inteiro, não foi fácil para alguns. Tive pacientes e amigos que terminaram relacionamentos, mas tive pessoas também que lidam muito bem com isso e para elas, acabou até sendo benéfico”, detalha.

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