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Arquitetura

Livro cataloga 46 monumentos da cidade e mostram o que eles podem ensinar

A obra, lançado ontem à noite, também chama atenção para detalhes que significam valorização, como iluminação urbana.

Thaís Pimenta | 20/09/2018 08:49
Da esquerda para a direita: Monumento do Sobá, Relógio, e Guampa de Tereré, cada um disposto em uma região da cidade. (fotos: Arquivo CG News)
Da esquerda para a direita: Monumento do Sobá, Relógio, e Guampa de Tereré, cada um disposto em uma região da cidade. (fotos: Arquivo CG News)

Lançado ontem (19), no anfiteatro da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), o livro “Campo Grande e Seus Monumentos”, das professoras Maria Augusta de Castilho e Natacha Oliskovicz, registra o que com o tempo pode se perder pela falta de cuidado com a arquitetura e a história. Na obra estão catalogados 46 monumentos da cidade, dos mais conhecidos, aos que muita gente nunca ouviu falar. O levantamento histórico mostra a importância de cada um, prova que eles podem ensinar muito sobre a cidade, e chama atenção para detalhes que significam valorização, como iluminação urbana e depredações.

A obra é fruto da dissertação de Mestrado de Natacha, que foi orientada por Maria, que estuda há muito tempo patrimônio histórico. A junção das duas especialidades fez o livro.

Natacha, que não é natural de Campo Grande, garante ter sido um privilégio fazer a catalogação dos monumentos da cidade e descobrir tanto do lugar ao pesquisar a história dos monumentos. Como ela mesma pontua, a Estátua dos Bugres, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, assim como a estátua do Preto Velho, foram achados do trabalho como "estrangeira" na cidade. 

“Foi um privilégio poder fazer essa catalogação para a cidade. Como profissional de arquitetura vejo que a iluminação pode transformar um local e trazer à tona o sentimento de pertença das pessoas, por isso quis estudar o que ela é capaz de proporcionar para uma cidade e seus habitantes”, explica.

Na lista estão estátuas, coretos, fontes, monumentos e bustos. Natacha e Maria optaram por trazer aqueles que estão muito bem iluminados, como o Monumento das Araras, no bairro Amambai, até aquele que estão apagados, como o Monumento MS, no Centro da cidade..

Na Praça do Papa, na Vila Sobrinho, a estátua apresentou uma história que Natasha não tinha conhecimento. "Achei incrível descobrir tudo isso. O Papa esteve aqui e a estátua é uma homenagem a esse dia marcante para os católicos. É uma estátua linda, imponente, de 4 metros de altura, mas que hoje está esquecida, sem iluminação".

Praça das Araras tem projeto de iluminação noturna em funcionamento. (foto; Paulo Francis)
Praça das Araras tem projeto de iluminação noturna em funcionamento. (foto; Paulo Francis)
Coreto da Praça recebe iluminação fraca, só dos postes ao redor. (Foto: Paulo Francis)
Coreto da Praça recebe iluminação fraca, só dos postes ao redor. (Foto: Paulo Francis)
Estátua dos Bugres. (Foto; Natacha  Oliskovicz)
Estátua dos Bugres. (Foto; Natacha Oliskovicz)
Estátua do Preto Velho. (Foto: Arquivo CG News)
Estátua do Preto Velho. (Foto: Arquivo CG News)

Cada um dos 46 monumentos listados são separados por regiões e todos, sem exceção, possuem uma ficha técnica com dados como região, nome popular, endereço, tipologia, o significado, o contexto, o estado de conservação e se possui projeto de iluminação. 

"Eu estive em todos eles, desde o início da pesquisa, em 2016, durante o dia e a noite, para conseguir fazer esse levantamento. Todos tem fotos, datadas, que mostram seu estado e sua iluminação durante a noite", completa Natacha.

Mesmo sendo originalmente um trabalho científico, as autoras se preocuparam em elaborar a obra com linguagem acessível, justamente pela importância do tema, podendo inclusive ser trabalhado em escolas na formação dos pequenos cidadãos.

O monumento Carro de Boi localizado em frente ao Horto Floresta
O monumento Carro de Boi localizado em frente ao Horto Floresta

Para a orientadora e escritora Maria Augusta de Castilho, o ponto alto do livro é a ficha técnica, que pode servir de base para futuros projetos de valorização dos monumentos da Capital. "A ficha técnica dos monumentos deixa um legado para o desenvolvimento do patrimônio histórico de Campo Grande. É um trabalho inédito e muito completo”, afirma.

Os monumentos listados são: Monumento aos Desbravadores, Monumento aos Pracinhas, Estátua de Manoel de Barros, Os 10 Mandamentos, Monumento da Imigração Japonesa, Cruz, Monumento MS, Obelisco, Relógio, Coreto da Praça Cuiabá, Coreto da Praça Ari Coelho, Fonte Luminosa, Monumento do Sobá, Escultura Cabeça de Boi, Esculturas das Araras, Escultura da Deusa da Justiça Themis, Escultura Índia Terena, Monumento ao Artesanato, Praça Pantaneira, Espaço Monumento Infinito, Escultura Vibração Cósmica, Estátua de Vespasiano Martins, Estátua de Ari Coelho, Estátua de Santo Antônio, Busto de José Antônio Pereira, Busto de Pandiá Calógeras, Busto de Vespasiano Martins, Efígie de Pedro Pedra, Monumento Guerreiro Guaicuru, Zarabatana - Monumento Indígena, Estátua dos Bugres, Busto de Harry Amorim, O Aprendiz, Escultura do Peixe Cará, Estátua do Preto Velho, Monumento Símbolo da UFMS, Escultura da Família de José Antônio Pereira, Monumento a Aviação, Monumento Pantanal Sul, Guampa de Tereré e a Estátua do Papa.

Monumento Guerreiro Guaicuru, no Parque das Nações Indígenas, hoje fechado para o público. (foto: Arquivo CG News)
Monumento Guerreiro Guaicuru, no Parque das Nações Indígenas, hoje fechado para o público. (foto: Arquivo CG News)

Maria diz que, para ela, um dos monumentos mais especiais é o de Manoel de Barros, porque elas puderam acompanhar sua criação, o processo de elaboração da obra, feita por Ique, até sua instalação.

Para elas o trabalho contribui com a cidade porque permite que os moradores daqui voltem a se interessar pela história do Estado, da cidade, priorizando suas raízes e sua cultura por meio da preservação dos monumentos. 

Além disso, valorizar por meio da iluminação ainda evita que os espaços sejam deteriorados, porque faz com que o cidadão resgate o "exercício de cidadania completa", como afirma Natacha. Hoje, um desses lugares que sofre com a falta de respeito da população é o Guerreiro Guaicuru, no Parque das Nações Indígenas, que teve o acesso fechado por conta das depredações. 

O livro pode ser adquirido no site da Life Editora e logo mais vai estar nas livrarias Leparole e na Leitura.

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Escultura da Deusa da Justiça Themis. (foto: Arquivo cg news
Escultura da Deusa da Justiça Themis. (foto: Arquivo cg news
Escultura da Família de José Antônio Pereira. (foto: Arquivo CG News)
Escultura da Família de José Antônio Pereira. (foto: Arquivo CG News)
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