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Artes

Apesar de todo falatório, Praia do Futuro estreia com apenas 3 pessoas no cinema

Elverson Cardozo | 06/06/2014 06:54
Wagner Moura e Clemens Schick vivem casal gay. (Foto: Divulgação)
Wagner Moura e Clemens Schick vivem casal gay. (Foto: Divulgação)

Nada de carimbo com “avisado”, tumulto na fila, burburinho ou gente levantando para ir embora indignado. A estreia do filme “Praia do Futuro”, em Campo Grande, surpreendeu, ou melhor, frustrou. É esta a palavra correta.

Na primeira sessão exibida na Capital, na noite desta quinta-feira (5), apenas três pessoas, além do Lado B, assistiram a produção que, em algumas cidades do país, causou polêmica por trazer o ator Wagner Moura no papel de um gay e em cenas quentes de sexo com outro homem.

O aprendiz Gladis Rudinei Domingues Junior, de 17 anos, acredita que o “fracasso” de bilheteria aconteceu por conta da pouca divulgação na cidade. “Eu mesmo fiquei sabendo hoje”, conta.

Quanto às polêmicas, pontua, não há motivos. Ele, que mantém um blog sobre filmes e costuma fazer resenhas a respeito, não viu nada surpreendente. Entre o longa protagonizado pelo eterno Capitão Nascimento de Tropa de Elite, e “Hoje eu quero voltar sozinho”, obra recém-lançada que conta a estória de um adolescente gay, ele prefere a segunda opção. “Achei mais interessante”, avalia.

Apesar disso, o jovem acredita que a maioria dos campo-grandenses, se for ao cinema assistir Praia do Futuro, não vai reagir bem porque, nas palavras dele, “o ser humano, hoje em dia, é ainda um pouco restrito com a homossexualidade”.

“São cenas provocantes, mas não chocantes e para quem não está acostumando tem certa agressividade”, diz Douglas Marques, de 30 anos. O funcionário público pensa diferente de Gladis e acha que a produção será bem aceita em Campo Grande.

Apesar de todo falatório, Praia do Futuro estreia com apenas 3 pessoas no cinema
Filme conta a história de Donato e Konrad. (Foto: Reprodução/Internet)
Filme conta a história de Donato e Konrad. (Foto: Reprodução/Internet)

No filme há, de fato, algumas tomadas “calientes”, com takes rápidos que mostram, inclusive, nudez total, mas nada que fuja de uma cena de sexo comum entre um casal heterossexual, vista aos montes, e há anos, nas telas do cinema.

O detalhe é que o primeiro ato acontece logo no início. Não há uma introdução romanesca. Isso vem depois, à medida que os personagens vão ficando familiares. A “pressa” pode assustar e causar certo desconforto aos mais conservadores, mas não justifica o fato de, por aí, tanta gente deixar a sala antes do final.

O falatório, a desinformação e o preconceito impressionam mais que o próprio filme. Wagner Moura vive Donato, um salva-vidas da Praia do Futuro, no Ceará. É bom no que faz. Seu irmão caçula, Ayrton (Jesuita Barbosa), tem grande admiração por ele que, corajoso, se atira no mar para resgatar desconhecidos. Um deles é Konrad (Clemens Schick), um alemão de olhos azuis que muda por completo a vida dele.

A estória retrata um romance comum. A diferença é que os personagens principais são gays.

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