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Artes

Com internet e TV a cabo, o que sustenta a última grande locadora da cidade?

Aline Araújo | 03/09/2014 06:16
Locadora da rede 100% Vídeo é a ultima das grandes remanescente.  (Foto: Marcelo Victor)
Locadora da rede 100% Vídeo é a ultima das grandes remanescente. (Foto: Marcelo Victor)

Com a facilidade de assistir vídeos pela TV a cabo ou baixar da internet, o que faz uma pessoa ainda ir à locadora para ter acesso a filmes? A fase agora em Campo Grande é de despedida de lojas desse tipo. Quase todas as grandes locadoras fecharam, ficou apenas uma: a 100% Vídeo, na Avenida Afonso Pena, que resiste graças a clientes assíduos, que por motivos diferentes ainda recorrem à locação.

Um exemplo é o motorista particular Aguinaldo Antônio de Jesus, de 45 anos. Ele gosta de locar os lançamentos em 3D Blu-Ray. “Como eu tenho TV com a opção 3D e home theater, gosto de locar, sai mais barato que comprar na TV a cabo e eu gosto da sensação de ter uma qualidade de cinema em casa. Poder sentir o filme”, comenta.

Os amigos Rodrigo Barboena, 30 anos, e José Renato Francisco da Silva Timóteo, de 26, ambos técnicos de TV, acham mais fácil, porque podem assistir aos filmes a hora que quiserem, sem dependerem de TV ou de internet. “Alguns filmes a gente não consegue baixar em boa qualidade, é mais fácil locar”, diz José.

Rodrigo só encontra os filmes antigos que gosta na locadora. De outra forma, para assistir seria necessário comprar pela internet. “Eu já vi alguns filmes ali, tudo antigo, mas que eu sempre quis assistir. Semana que vem eu volto”, comenta com “Deus é Brasileiro” nas mãos.

Mas é só olhar em volta para perceber que a locadora não sobrevive só de filmes. A 100% Vídeo também vende salgadinhos, refrigerantes, doces, brinquedinhos para crianças, posters e livros. A locação custa de R$ 4,90 até 7,90. E assim sobrevive e deve ser a última a fechar as portas por aqui.

A MB Vídeo, uma das mais tradicionais da cidade, na rua Maracaju, fechou há quase dois anos. O acervo rico, com filmes de arte, documentários e obras regionais, ainda está com os donos. Na Euclides da Cunha, a Megamil resistiu até este ano, mas hoje o prédio exibe a placa "aluga-se". Na periferia, o mesmo ocorreu.

A GP Vídeolocadora, por exemplo, que ficava na Mata do Jacinto, hoje é a pizzaria GP. A locadora conquistou os clientes do bairro por mais de 10 anos, mas não aguentou a concorrência com a pirataria e internet. “O acervo a gente vendeu para os clientes mesmo. Um ano antes de fechar, a gente já estava percebendo o fim, meu filho sempre quis mexer com comida e a gente decidiu abrir a Pizzaria”, explica o empresário Paulo Fernando, de 57 anos.

Ele diz a pizzaria vai muito bem.

Megamil Vídeo, na Euclides da Cunha, fechou as portas este ano. (Foto: Marcelo Victor)
Megamil Vídeo, na Euclides da Cunha, fechou as portas este ano. (Foto: Marcelo Victor)
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