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Comportamento

Inspirados em personagens, presos montam perucas para crianças com câncer

Devido à sensibilidade gerada pela quimioterapia, muitas crianças não conseguem usar perucas convencionais.

Danielle Valentim | 24/06/2019 15:42
Peças são frutos de um curso realizado dentro da unidade penal no 2º semestre de 2018. (Foto: Divulgação/ Agepen)
Peças são frutos de um curso realizado dentro da unidade penal no 2º semestre de 2018. (Foto: Divulgação/ Agepen)

Condenados que cumprem pena no Estabelecimento Penal Masculino de Regime Semiaberto de Dourados, a cerca de 230 km de Campo Grande, produziram 180 perucas inspiradas em super-heróis e princesas para aquecer o inverno de crianças em tratamento contra o câncer.

As perucas feitas com lã foram doadas a instituições sociais que atendem meninos e meninas em tratamento contra a doença. As peças têm uma função importante, pois devido à sensibilidade gerada pelo tratamento com quimioterapia, muitas crianças não conseguem usar perucas convencionais.

Nesta primeira leva, a produção beneficiará pacientes da ala infantil do Hospital Universitário de Dourados, da PAI (Policlínica de Atendimento Infantil), da AACC (Associação dos Amigos das Crianças com Câncer) de Campo Grande e de Barretos, em São Paulo.

O projeto Amigos do Peito acontece em parceria com a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), a 3ª Vara Criminal de Dourados e a 8ª Promotoria de Justiça de Dourados.

Conforme uma das coordenadoras do projeto “Amigos do Peito”, Iracema Tibúrcio, as peças são frutos de um curso realizado dentro da unidade penal no 2º semestre de 2018. Ao todo, 20 reeducandos trabalharam na produção das toucas que, posteriormente, se transformam em adereços infantis nas mãos das voluntárias do projeto.

Segundo a Agepen, além da capacitação profissional, os internos receberam remição de um dia na pena a cada três trabalhados, conforme estabelecido pela LEP (Lei de Execução Penal).

Para o diretor do semiaberto de Dourados, José Nicácio do Nascimento, os internos têm maior probabilidade de reconhecerem seus erros e elevarem a autoestima participando de atividades como essas.

"Eles não vão permanecer presos para sempre, portanto, o trabalho e a aprendizagem são ferramentas importantes para melhorar a conduta dos internos, e sensibilizá-los, principalmente para melhor convivência familiar e social que os espera", argumenta o dirigente.

Além das toucas e perucas de lã, as crianças foram agraciadas com lanches, cachorro quente, pipocas, suco e algodão doce. Houve apresentação de dança do ventre pela fadinha e sessão de fotos com a personagem "Anjo", feito pela artista Ivone Maciesck.

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