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Comportamento

Na era das "fake news", maioria confessa que não checa informação

Nas ruas, diante de uma notícia falsa, maioria não soube dizer como checar se a informação é verdadeira

Izabela Sanchez | 25/09/2018 11:13
Marcos André afirma que conversa com outras pessoas para checar as informações (Izabela Sanchez)
Marcos André afirma que conversa com outras pessoas para checar as informações (Izabela Sanchez)

Fenômeno do momento, especialmente com o uso de redes sociais, as “fake news” ou notícias falsas estão por todo o lado, principalmente em período de eleição com debates acalorados. A disseminação preocupa autoridades, que movem campanhas contra as notícias mentirosas. Nas ruas, ainda assim, uma volta no Centro da cidade e a conversa com as pessoas indica que a maioria não sabe o que é o fenômeno ou como checar se uma informação é falsa ou verdadeira antes de passar para frente.

Muitos afirmam saberem do que se trata, mas diante de uma notícia falsa, acabam acreditando. Em outros casos, as ideologias e paixões pessoais acabam por ser o “guia” para identificar se a notícia é falsa ou não. A reportagem fez um teste, e mostrou para algumas pessoas uma manchete falsa a respeito do deputado federal Jean Wyllys (Psol), um dos maiores alvos das fake news no Brasil, e teve quem acreditou.

Valdeci da Conceição, 48, é ajudante de motorista e tentou definir o que são as fake news. “São conversas que na realidade não são verdadeiras. As pessoas passam umas pras outras e quando vai ver não é nada daquilo”. Questionado sobre métodos para verificar os fatos, ele não soube dizer.

“Eu não sei bem explicar, mas tem coisa que não dá para acreditar”, afirma. Valdeci viu a notícia que a reportagem mostrou, que afirma que o deputado queria retirar trechos homofóbicos da bíblia, e acreditou. Ao ser confrontado com um site de checagem, se disse surpreso. “Fiquei bastante surpreso, ele luta contra o pessoal que é homofóbico”.

Valdeci acreditou na notícia falsa mostrada pela reportagem (Izabela Sanchez)
Valdeci acreditou na notícia falsa mostrada pela reportagem (Izabela Sanchez)

Quem também se surpreendeu foi Clodinei Pacheco, 48, motorista. Ele acreditou na notícia, e afirmou que “vindo dele não é de se duvidar”. Para o motorista, qualquer notícia sobre o candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) “é falsa”, mas declarou que “não procura checar”.

O motorista Marcos André, 26, também “caiu” na manchete falsa, apesar de dizer que “checa” as notícias. “Às vezes aparece em Facebook como se fosse uma matéria. Eu já caí e fui pesquisar. Costumo checar sim, pelo google, converso com mais pessoas”, explicou.

Adelaide Pedroza Marques, 58, não sabia o que são as notícias falsas. Ela também afirmou que não lê notícias e que se informa pela nora, que repassa informações. “Ela que vê o noticiário”. Ela afirma ter visto “uma notícia” de que o Bolsonaro “mataria todos os presos quando saísse do hospital”.

“Não posso falar nem que sim nem que não [informação verdadeira], por causa do gesto que ele fez”, declarou, referindo-se ao sinal de estar “armado”, marca do candidato.
Quem também não sabia o que era o fenômeno é a atendente Nadide Dias, 23. “Depende da notícia, mas não sei como checar”. Apesar de não ter informações, ela desconfiou da manchete mostrada pela reportagem e acertou, dizendo ser falsa.

O caixa Maurício Azevedo Lima, 20, soube responder o que era fake news e descreveu como checar a informação. Ele não acreditou na notícia mostrada pela reportagem.

Luiz Carlos costuma ler jornais e ver noticiários para checar os fatos (Izabela Sanchez)
Luiz Carlos costuma ler jornais e ver noticiários para checar os fatos (Izabela Sanchez)

“Recebo no facebook e nem perco meu tempo. Só pelo nome já dá para desconfiar. Geralmente eu procuro saber muito sobre política. Falta informação às pessoas, ler, assistir jornal, sair das redes sociais”, comentou.

A atendente Alenilce Silva Santana, 38, também afirmou que não costuma ler notícias ou checar informações, mas desconfiou da manchete e acertou, dizendo ser falsa. “Acho que eu não saberia checar”, afirmou.

O aposentado Luiz Carlos Garcia, 54, foi quem melhor definiu como checar informações, além de não ter acreditado na manchete sobre o deputado federal. “São matérias falsas que correm na internet para enganar o cidadão. Hoje nós temos a imprensa, se a imprensa não deu é falsa. Infelizmente está pegando mais as pessoas humildes. Já recebi vários, mas não passo para frente, porque a pessoa se torna coautora desse crime”, declarou.

Fake news – Antes de compartilhar qualquer informação, confira dicas para não disseminar notícias falsas. O primeiro passo é verificar a fonte da informação em sites ou veículos de comunicação confiáveis; ficar atento com manchetes bombásticas. Leia a matéria completa e não apenas o título.

Além disso, também é importante verificar quem é o autor da informação e se ele realmente existe. Observe a data da publicação, se é atualizada e questione se a informação é uma piada, ironia ou gozação. Compartilhar notícias falsas, que prejudicam a imagem, pode ser considerado crime contra a honra (calúnia, injúria ou difamação).

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