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Comportamento

Nas ondas de Moçambique, amigos são “S.O.S” e ensinam crianças a surfar

Três engenheiros estão no sul da África e aproveitam profissão para devolver água potável e esperança à população

Alana Portela | 11/12/2019 07:34
Os alunos aprendendo a surfar no mar com a ajuda do professor Gabriel Carrião. (Foto: Arquivo Pessoal)
Os alunos aprendendo a surfar no mar com a ajuda do professor Gabriel Carrião. (Foto: Arquivo Pessoal)

Gabriel Carrião, Gerson Severo e Rômulo de Lima deixaram o Brasil para ajudar pessoas em situação de risco no sul da África. Eles são engenheiros e usam da profissão para devolver água potável à população de Moçambique e ainda vão além. Também ensinam crianças e adolescentes a surfar. No país, criaram o projeto “Lwandi Surf”.

“Trabalhamos com crianças de 11 a 17 anos, em situação de risco. Damos aula de surf, pois isso melhora a autoestima. Fazemos também atividades de yoga e meditação que ajudam no foco, concentração e ainda ensinamos inglês e conversamos com os alunos sobre coisas da vida porque queremos que consigam bolsa de estudos e boas oportunidades de emprego”, diz Gabriel.

Ele tem 26 anos e está de visita em Campo Grande, onde mora parte da família. Gabriel se uniu a Gerson e Rômulo, que é campo-grandense para levar a esperança aos moçambicanos. Eles são o “S.O.S” que embarcaram para o local com a missão de ajudar os menos favorecidos. Tudo começou em 2017, quando Gabriel e Gerson foram convidados para participar de um projeto social que construiu poços artesianos nos vilarejos.

Gabriel Carrião ensinando os alunos a se equilibrar na prancha (Foto: Arquivo Pessoal)
Gabriel Carrião ensinando os alunos a se equilibrar na prancha (Foto: Arquivo Pessoal)
Os adolescentes meditam de frente para a praia (Foto: Arquivo Pessoal)
Os adolescentes meditam de frente para a praia (Foto: Arquivo Pessoal)
Os alunos sentados de frente para o quadro na aula de inglês (Foto: Arquivo Pessoal)
Os alunos sentados de frente para o quadro na aula de inglês (Foto: Arquivo Pessoal)

“Um amigo chamado André Nakaema mora no País há seis anos e é engenheiro mecânico. Ele chamou a gente para o projeto, pois precisavam fazer poços artesianos em locais adequados para distribuir a água potável à comunidade. Ficamos 40 dias na cidade de Dondo e entregamos dois poços”, lembra.

Gabriel recorda da alegria dos moradores ao saberem que a construção deu certo. “O que mais nos impactou por lá foi ver a pobreza e saber que mesmo assim são felizes. Fizeram uma festa em volta do poço e deram uma galinha e uma cabra como agradecimentos”.

Após a entrega, um moçambicano se aproximou dos brasileiros agradecendo e disse “agora que já sabem da nossa realidade, o que vão fazer daqui pra frente?”. A pergunta ficou martelando na cabeça dos amigos, mas Gabriel e Gerson precisaram retornar para o Brasil. Em 2018, eles concluíram a graduação em Engenharia e decidiram voltar a Moçambique neste ano.

Desta vez, convidaram Rômulo, que já participava de projetos sociais. O campo-grandense aceitou o convite e embarcou com os amigos com a proposta de trabalhar para  desenvolvimento humano. Eles desembarcaram em abril na capital de Moçambique, onde foram acolhidos por um morador que atua no saneamento básico.

Os adolescentes com os rostos pintados se divertem nas atividades organizadas pelo trio. (Foto: Arquivo Pessoal)
Os adolescentes com os rostos pintados se divertem nas atividades organizadas pelo trio. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Demos apoio para a empresa dele e conseguimos otimizar a produção que é voltada para pessoas de baixa renda. Depois fomos para a Ponta do Ouro, que é um local de praia, e a partir daí surgiu a ideia de trabalhar com crianças e adolescentes. O Rômulo já tinha experiência com educação e eu com surf”, conta Gabriel.

Sem patrocínio, os amigos tiveram até que vender bombons para conseguir dinheiro para sobreviver. Em outubro, realizaram uma vaquinha on-line e arrecadaram quase dez mil reais, que usaram para comprar materiais para trabalhar com alunos.

Ensinaram a subir na prancha, manter o equilíbrio nas ondas do mar, a ler e escrever em inglês. Recentemente, conseguiram apoio da empresa Baleia Solidário e para 2020 querem receber mais voluntários, principalmente mulheres para atender as jovens do país. Acompanhe os passos do projeto e saiba com ajudar pelas redes sociais "Lwandi Surf" no Facebook e também Instagram

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Durante as aulas, os alunos se reúnem em volta dos brasileiros para aprender (Foto: Arquivo pessoal)
Durante as aulas, os alunos se reúnem em volta dos brasileiros para aprender (Foto: Arquivo pessoal)
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