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Comportamento

Por tolerância, procissão de Umbanda e Candomblé toma corredores da UFMS

Atividade faz parte de disciplina do curso de Pedagogia e promove respeito mesmo entre os alunos de outras religiões

Eduardo Fregatto | 26/07/2017 06:25
As pipocas são oferecidas em símbolo de saúde e felicidade. (Foto: Marcos Ermínio)
As pipocas são oferecidas em símbolo de saúde e felicidade. (Foto: Marcos Ermínio)

Na manhã de ontem, alunos e funcionários da UFMS foram surpreendidos por uma Procissão do Sabeje, um ritual da religião de matriz africana do Candomblé. Representa a religiosidade e o desprendimento nas relações com o Orixá. Na prática, os adeptos da religião pedem esmola, para expressar humildade. Em troca, oferecem pacotinhos de pipoca, que carregam proteção na saúde e felicidade para aqueles que a recebem.

A ação tomou conta dos corredores da universidade e faz parte da disciplina de Diversidade e Cultura do curso de Pedagogia. Vários alunos participaram do trajeto, independentemente das religiões que praticam nas suas vidas pessoais. A ideia é justamente espalhar a tolerância e o respeito pelas diferentes crenças e culturas.

Ana é evangélica é a favor que todas as religiões tenham voz e espaço. (Foto: Marcos Ermínio)
Ana é evangélica é a favor que todas as religiões tenham voz e espaço. (Foto: Marcos Ermínio)
Paola, Rebeca e Lavinya também gostaram de ver a procissão. (Foto: Marcos Ermínio)
Paola, Rebeca e Lavinya também gostaram de ver a procissão. (Foto: Marcos Ermínio)

"Existe muito preconceito quando o assunto envolve religião, e não só das religiões de matriz africana", pontuou o professor da disciplina, Antonio Lino Rodrigues de Sá. "Nós realizamos essa atividade há anos. A intenção é trazer diversidade e fazer com que os estudantes conheçam essas religiões, porque podem vir a lidar com alunos com essas crenças nas salas de aula", explica.

Quatro casas de Canbomblé e Umbanda foram convidadas a participar. O babalorixá Marcelo Fernandes destacou a importância de promover ações desse tipo para desmistificar preconceitos. "A gente quer conscientizar, quebrar mitos de que a gente faz mal para os outros, que não prestamos. Eu estudei aqui na universidade, sou professor de História, e o preconceito existe até no mercado de trabalho", pontua.

Durante a passagem, ele conta que a maioria dos alunos aceitaram a pipoca e foram tolerantes. "Alguns a gente viu que eram de igrejas protestantes, não quiseram, mas teve o respeito. É só isso que é importante ter sempre, o respeito".

Marcelo conta que o preconceito afeta até sua profissão. (Foto: Marcos Ermínio)
Marcelo conta que o preconceito afeta até sua profissão. (Foto: Marcos Ermínio)

O mais legal mesmo foi ver a reação de quem estava na universidade e entrou em contato, alguns pela primeira vez diretamente, com os elementos do Candomblé e Umbanda.

A estudante Ana Gabriela de Freitas, 21 anos, faz Turismo na UFMS. Ela é evangélica e encarou com naturalidade. "Eu achei válido, assim como acharia válido outras igrejas também virem. Acho válido todas as manifestações", afirmou.

Já as acadêmicas Rebeca Rocha, 20, Paola Zamin, 21, e Lavinya Brito, 18, todas alunas de Biologia, também acharam a atividade positiva. Elas dizem que ainda encontram muito preconceito, mesmo dentro do espaço universitário, que deveria ser mais avançado nesse sentido.

"Não vimos nenhuma discriminação hoje, mas preconceito sempre tem, acham que é macumba", afirmam. "Eu gostei, achei bem bonito, gosto dessa questão das mulheres negras", completou Rebeca, mostrando que ações como essa podem ser uma ótima maneira de promover o respeito e a tolerância.

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Quatro casas diferente da religião participaram da atividade na universidade. (Foto: Marcos Ermínio)
Quatro casas diferente da religião participaram da atividade na universidade. (Foto: Marcos Ermínio)
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