Sem previsão de alta, Walmir se emociona ao reencontrar cão em hospital

São 11 anos juntos, desde que Joy chegou filhotinho à casa de Cleusa e Walmir. Filho do casal, o cão da raça Shih-tzu tem toda rotina junto aos "pais", de dormir na mesma cama, sair para caminhar e assistir TV. Nos últimos 20 dias, sem que pudesse ao certo compreender, Joy não vê mais o companheiro dentro de casa. Seu Walmir, de 73 anos, foi internado no hospital da Unimed, de onde não tem previsão de sair.

Uma cirurgia está marcada para a próxima semana, mas antes que esta chegasse ao fim, uma boa notícia devolveu aos dois, dono e cachorro, o sorriso. Joy teve autorização para visitar seu Walmir. O encontro não só animou um e outro como devolveu a vontade de querer comer ao paciente e o lugar preferido de dormir do bichinho. 

Walmir está internado por conta de problemas no coração, endocardite, e aneurisma de aorta. As dores começaram em outubro e os meses seguintes foram de muitas visitas médicas e exames, até que em dezembro seu Walmir foi internado. 

Quem nos conta a história do marido e do filhote é dona Cleusa Elias Lopes. Por telefone, ela sai do quarto onde seu Walmir está para falar com a gente. 

"Como ele está aposentado, está em casa todo dia e a gente sempre está junto. Depois do almoço eles deitam e dormem, fazem uma sesta", conta dona Cleusa. O filhote chegou ao casal como "presente", 11 anos atrás. "Uma pessoa que tinha uma cachorrinha teve filhotes e falou que queria doar, mas só se fosse para alguém que cuidasse bem e gostasse de animal", recorda. De pronto, o nome de Cleusa e Walmir lembrados e o cãozinho ficou sob a guarda deles. 

Nos últimos dias, Joy parecia doente, ficou tristinho e cabisbaixo. "Ele meio que procurava pelo Walmir em casa, quando eu chegava, ele abria a porta, ia para o carro, aí via que não tinha mais ninguém, voltava rapidinho", descreve Cleusa. 

Ela dizia, sempre que saía para o hospital, que estava indo "visitar o papai" e do outro lado via o bichinho resignado, num cantinho. No hospital, seu Walmir não estava comendo bem, dizia não sentir fome. Sem se dar conta da proporção do bem que faria aos dois, dona Cleusa teve a ideia de perguntar no hospital se poderia levar Joy até o marido.

"Eu já tinha visto no Facebook que tinha uma lei estadual onde os hospitais poderiam permitir a entrada de animais de estimação para visitar os doentes, mas isso era uma escolha do hospital, não era obrigatório", relata. 

Ao perguntar se o hospital poderia dar essa abertura, dona Cleusa teve a resposta de que sim, desde que seguisse critérios como o atestado de saúde de Joy e sua carteira de vacinação. A visita aconteceu na última segunda-feira. Em casa, ela penteou o bichinho, mostrou a coleira e Joy entrou no carro todo animado. 

O encontro foi na recepção do hospital, "Quer maior felicidade que essa? O Joy é meu companheiro de casa e de viagem há quase 12 anos, então estamos aqui cheios de felicidade. Só tenho a agradecer", falou seu Walmir no dia da visita. 

Enfermeira, Denise Aparecida Oliveira, foi quem esteve à frente da autorização da visita. “O seu Walmir sempre dizia para nós do hospital o quanto o animalzinho é importante para ele, que fazia parte da sua rotina diária”, conta.

Para a esposa, o desfecho do encontro foi além do sorriso e da pose para fotos. "Nossa, o Walmir ficou super animado, a gente tinha que batalhar para ele comer, depois do Joy nem precisamos insistir, ele já está comendo bem melhor", diz. Já o bichinho demonstrou em casa o bem que lhe fez visitar o dono. "Ele deitou na cama e fez o que sempre faz, de se esfregar na gente e rolar na cama", detalha. Antes disso, Joy se restringia a ficar no tapete. "Ah, ele é o melhor amigo animal do Walmir", finaliza Cleusa.

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