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Consumo

Com cores na carteira, Sabrina faz o impossível para criança aprender a poupar

De acordo com o método dela, a partir dos 3 aninhos os pequenos já podem aprender a lidar com dinheiro

Thaís Pimenta | 20/10/2018 08:35
Os filhos de Sabrina foram seu laboratório que deu certo e o incentivo para levar o projeto para outras casas.
Os filhos de Sabrina foram seu laboratório que deu certo e o incentivo para levar o projeto para outras casas.

Sabrina Mestieri Nakao sempre teve facilidade em poupar dinheiro e, desde a infância, mesmo sem saber do que se tratava, começou a separar o pouco que tinha em envelopes para presentear os pais e a avó. Esse dom se manteve - evoluiu - e, a jornalista e empresária decidiu fazer um "laboratório" de ensino financeiro com os filhos, desde os 3 anos de idade deles. Como deu certo em casa, ela também resolveu ensinar os filhos dos outros.

Foi assim que nasceu o Crianças e Finanças, uma metodologia que busca mudar a relação das pessoas com o dinheiro desde a primeira infância. "Temos uma cultura educacional muito fraca, especialmente quando se fala em poupança, dinheiro. E mesmo que o projeto tenha surgido, a princípio, num contexto social, mais amplo, foi preciso começar de algum lugar, e este lugar foi pelos amigos, por pessoas mais abastadas financeiramente".

Cada pequeno, a partir dos três anos, recebe duas carteiras, com bolsos separados por cores. A mesada e o dinheirinho que a criança ganha, seja de presente de amigos ou dos próprios avós, vai sendo distribuído em cada cor: o verde é para os brinquedos, o vermelho para os doces, o azul para os presentes e o amarelo é a conta corrente, ou seja, de onde a criança pode tirar caso o dinheiro das outras cores tenha acabado.

Sabrina mostra as cores das carteiras oferecidas no Crianças e Finanças. (Foto: Thaís Pimenta)
Sabrina mostra as cores das carteiras oferecidas no Crianças e Finanças. (Foto: Thaís Pimenta)

A responsabilidade, claro, vai sendo transferida conforme a maturidade da criança e sua idade. Conforme a família sinta que a crianças está pronta, as escolhas e o dinheiro para comprar o sorvetinho do passeio em família, por exemplo, passa a ser dela e é aí que a maturidade com o dinheiro começa a aparecer. 

"Aqui em casa, por exemplo, meu filhos já sabem onde comprar chocolate, por exemplo, já aprenderam que em tal lugar no shopping é mais caro e que em outro o valor é sempre o mais em conta. Eles tem essa noção de quanto custa e de que, muitas vezes,  brincar naqueles brinquedões instalados no centro dos shoppings não compensa tanto quanto comprar uma coisa que ele quer", explica.

Pensada em 6 passos, um a cada novo ano, dos 3 aos 8 anos de idade das crianças, Sabrina introduz ainda o conceito da poupança, apresenta o que são os juros de uma maneira bem prática, e explica até mesmo sobre o temido - e amado -cartão de crédito.

(Foto: Thaís Pimenta)
(Foto: Thaís Pimenta)

Livretos distribuídos gratuitamente no Museu Real, em Brasília, auxiliam na compreensão de alguns temas de forma lúdica. O bacana é que todos podem ter acesso ao material pedindo pela internet. "O conteúdo é interessante, costumo dizer, que até para os adultos".

A educação financeira caminha lado a lado com a psicologia da primeira infância, tanto é que Sabrina fez questão de cursar Psicologia para poder agregar conhecimento ao projeto. Por exemplo, com as carteiras, ela indica usar também um quadro de regras de comportamento em casa e um quadro de incentivo.

"Em família são elaborados pontos que são regra de comportamento dos filhos, dentro de fora de casa. Por exemplo, não poder gritar, não poder enrolar para dormir, não poder reclamar da comida, enfim. Essas regras são definidas, dispostas em um quadro, e no quadro de incentivo, sempre junto do filho, você vai pontuar o que ele fez de teimosia e, claro, em qual ponto se comportou bem. Por dia ele pode ganhar até R$ 1,00 se comportar-se bem", detalha.

(Foto: Thaís Pimenta)
(Foto: Thaís Pimenta)

Como ainda é muito recente, o projeto contará com a primeira oficina, aberta para 8 crianças acompanhadas de suas mães. Palestras fazem parte do Crianças e Finanças e, inclusive, uma está marcada para o dia 26 de novembro, no auditório da Unimed, com embasamento da fonoaudióloga Ana Kelly. Os dois encontros contam com inscrições abertas e contato pelo número 98205-4555.

Para o futuro, a metodologia deve estar também no Youtube com dicas no assunto. "Pretendo evoluir também para o viés social, levando o método às crianças carente por meio de um apadrinhamento que eu chamei de 'adoção' mensal, e quero também profissionalizar professores já que até 2020 as escolas serão obrigadas e ter uma matéria de educação financeira na grade curricular", finaliza.

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