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Diversão

Em nota sobre fim do Carnaval na Esplanda, blocos chamam medida de retrocesso

Thaís Pimenta | 15/09/2018 19:20
Blocos lotam a Esplanada Ferroviária há anos, e movimentam região central da cidade. (foto: Arquivo CG News)
Blocos lotam a Esplanada Ferroviária há anos, e movimentam região central da cidade. (foto: Arquivo CG News)

Conforme prometido, Silvana Valu, fundadora do Cordão Valu, o maior e mais antigo cordão de Campo Grande, divulgou hoje, em conjunto com fundadores de outros blocos independentes, nota oficial em repudio a recomendação do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) para que sejam proibidos eventos na Esplanada Ferroviária.

No documento, a primeira crítica é que nenhum grupo carnavalesco independente foi convidado a participar da reunião da última sexta-feira, quando a decisão foi tomada.

Na ocasião, o Ministério Público ouviu apenas moradores e representantes do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico). Do encontro, saiu a recomendação à prefeitura para proibir o Carnaval popular no local, sob alegação de que não é mais viável o evento ali, por conta do grande fluxo de pessoas em uma região tombada.

Para os responsáveis pelos blocos, o argumento não é lógico, já que em cidades de grande fluxo turistico o Carnaval ocorre, justamente, em centros históricos, como em Salvador.

"Entendemos que essa posição do MPE é equivocada, por desconhecer o movimento cultural, folclórico legítimo, que é o carnaval. Carnaval, uma festa eminentemente popular, que contribui fortemente para o aquecimento da economia de Campo Grande, por meio do aumento do turismo no período, e que gera trabalho e renda para muitas pessoas", afirma o grupo em nota.

Para os organizadores dos blocos, a cidade tem seguido o caminho mais cômodo em relação aos eventos culturais. "Campo Grande precisa aprender a lidar com pessoas ocupando os espaços públicos, e não simplesmente proibir esse direito".

Outro evento recentemente realizado na Esplanada foi o Festival de Chamamé, também de importância cultural que corre o risco de ficar sem espaço. "Essa sugestão do MPE, de proibir o uso da Esplanada Ferroviária pelo carnaval de rua, se cumprida pelo Poder Público, será um retrocesso", finaliza a nota.

Confira, na íntegra, o documento:

"É com indignação que nós, representantes dos cordões e blocos independentes que fazem o carnaval de rua de Campo Grande, recebemos a sugestão feita pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPE-MS), ao Poder Público, de proibir os desfiles dos grupos carnavalescos, e a festa do Enterro dos Ossos na região tombada da Esplanada Ferroviária, já a partir de 2019

A reunião do MPE com representantes da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur), da Fundação de Cultura do Estado, e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em que se deu a sugestão descabida, foi realizada na sexta-feira, 14 e, para qual, nenhum grupo carnavalesco independente foi convidado a participar.

Refutamos a alegação de que a promoção de grandes eventos, como o carnaval, na região da Esplanada, não é mais viável, devido ao grande fluxo de pessoas que comparecem, cujo espaço já não comporta mais.

Entendemos que essa posição do MPE é equivocada, por desconhecer o movimento cultural, folclórico legítimo, que é o carnaval. Carnaval, uma festa eminentemente popular, que contribui fortemente para o aquecimento da economia de Campo Grande, por meio do aumento do turismo no período, e que gera trabalho e renda para muitas pessoas.

Queremos lembrar o MPE, que em outras regiões do país, como Salvador (BA), por exemplo, e também aqui no Estado, em Corumbá, o carnaval de rua é realizado em áreas tombadas pelo patrimônio histórico. Que a utilização da Esplanada Ferroviária pelos cordões e blocos carnavalescos independentes de Campo Grande, contou sempre com a autorização do Iphan.

No sentido de sempre realizar um carnaval de rua de qualidade e seguro para os foliões, é que todos os blocos e cordões independentes cumprem rigorosamente o decreto editado pelo município, que estabelece as regras e normas para as apresentações, conseguindo as autorizações. Também dialogamos com todas as partes envolvidas: Poder Público, PM, Guarda Municipal e Bombeiros, para que tudo saia a contento.

Campo Grande precisa aprender a lidar com pessoas ocupando os espaços públicos, e não simplesmente proibir esse direito.

Essa sugestão do MPE, de proibir o uso da Esplanada Ferroviária pelo carnaval de rua, se cumprida pelo Poder Público, será um retrocesso.

Por tudo isso, é que nós, integrantes dos cordões e blocos independentes, queremos ser ouvidos também. Assim se faz em democracia."

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