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Artes

Dedo de Prosa da Flib coloca a “Literatura de Internet” em discussão

Thais Pimenta | 09/12/2017 18:10
Theresa Hilcar e  Patrícia Pirota durante debate do Dedo de Prosa. (Foto: Divulgação Flib)
Theresa Hilcar e Patrícia Pirota durante debate do Dedo de Prosa. (Foto: Divulgação Flib)

O que há de melhor em eventos como a Flib (Feira Literária de Bonito) é o contato com autores e debates que raramente ocorrem fora da academia. Na programação deste sábado, por exemplo, a roda de debates Dedo de Prosa levantou um assunto pra lá de contemporâneo, as formas de expressão literária que usam a internet como canal de difusão. Pela forma de escrever mais direta, menos rebuscada, a crítica é constante contra quem segue neste caminho, cada vez mais popular.

Escritora e professora, Patrícia Pirota é uma das que usa a internet não só para publicar, como para compartilhar suas convicções sobre literatura. Em Bonito ela partiu para defesa da ferramenta, não só como espaço democrático para a palavra, mas para tudo hoje que precise chegar a um maior número de pessoas, como o ensino de forma geral.

“Como a juventude mudou, a educação tem de mudar, não são eles que têm de ser moldados. Ai também entra a internet, importante para o empoderamento, para os que não têm condições de ter acesso. O desafio é como não deixar uma ferramenta tão sensacional ser desvirtuada”, comentou durante a roda de debates “ O horizonte da Internet para os estudantes e a literatura”.

Também participou das discussões o jornalistas e escritor sul-mato-grossense Alex Fraga e a mediadora foi a também escritora Theresa Hilcar.

A Flib tem mostrado uma boa conexão com o leitor jovem. Não só por meio de poesia e livros de ficção, mas por levar a cultura de rua para a feira. Este ano, um dos momentos mais elogiados foi o Slam, batalha de poesias de rua, que ganha força hoje como expressão da moçada na periferia.

“Fiquei surpreso com a poesia falada, o Slam. Eu, como sou poeta das ruas, fico muito feliz em ver esse tipo de expressão por aqui”, comemorou o poeta e escritor de Dourados, Emmanuel Marinho.

Jaente, Ravel e Henrique, autores que este ano ganharam Prêmio Guavira de Literatura. (Foto: Divulgação Flib)
Jaente, Ravel e Henrique, autores que este ano ganharam Prêmio Guavira de Literatura. (Foto: Divulgação Flib)

Neste sábado, outra roda de conversa foi com os vencedores do Prêmio Guavira de Literarura.

Henrique Pimenta, é vencedor com melhor livro de contos, "Ele Adora a Desgraça Azul". Poeta e ficcionista, e nasceu em Resende (RJ), mas vive em Campo Grande desde 1995. Tem um estilo divertido de escrever, o que fica claro nos títulos das obras “99 sonetos sacanas e 1 canção de amor”, além de “Ele adora a desgraça azul”, que este ano rendeu premiação na Flib. O livro reúne contos que se passam em Campo Grande e cidades próximas.

O melhor livro de poesias ficou para Janet Zimmermann com "Pétalas Secretas". “Esse eventos são fundamentais para reafirmação da própria literatura. Estou encantada”, comentou Janet.

Ravel Giordano Paz foi o vencedor na categoria Melhor Romance Juvenil com "Os Meninos da Colina". Professor também da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul, a Festival de Bonito para ele é mais do que espaço de debates sobre o potencial da literatura de disseminar sentimentos e reflexões. “O clima aqui nos inspira, nos afeta, faz crescer a vontade de escrever coisas mais bonitas e que nos alimentam, apesar de tudo que existe de difícil e complicado na vida", avalia.

O Festival Literário de Bonito segue até amanhã, com programação gratuita.

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