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Meio Ambiente

"Privilégio de Campo Grande", leitora vê 16 araras-canindés dentro da cidade

Bióloga e presidente do Instituto Arara Azul explica que presença de tais espécimes é considerada normal

Guilherme Correia | 24/10/2021 16:01
Na foto, 13 araras-canindés no Bairro Rita Vieira; leitora relata que viu ao menos 16 espécimes na região. (Foto: Thayanne Couto)
Na foto, 13 araras-canindés no Bairro Rita Vieira; leitora relata que viu ao menos 16 espécimes na região. (Foto: Thayanne Couto)

Quem passa por certas regiões de Campo Grande já deve ter tido o privilégio de ser agraciado com a vista que as araras proporcionam. É o caso da engenheira civil Thayanne Couto, de 27 anos, que flagrou pelo menos 16 espécimes de arara-canindé embelezando rua no Bairro Rita Vieira, na tarde deste domingo (24).

Segundo ela, as aves eram muito mansas e permitiram que chegasse bem pertinho para fazer o registro. "Passamos de carro e descemos, são super mansas. Elas vão todo dia pra comer a semente, são lindas". Na foto, elas se alimentam com as sementes de frutos de cumbaru, uma árvore típica do Cerrado, bioma que compõe maior parte de Mato Grosso do Sul, incluindo a Capital.

De acordo com a bióloga e presidente do IAP (Instituto Arara Azul), Neiva Guedes, as araras-canindés chegaram ao perímetro urbano de Campo Grande por volta dos anos 2000, mas esse processo seria uma "recolonização", já que elas existiam aqui antes dos primeiros moradores, o que indicaria que a presença delas na cidade não seja prejudicial.

Ela é do bioma Cerrado. Com a colonização, acabou indo para o mato, interior do Estado e com a descaracterização do ambiente, por desmatamento e queimadas, acabaram voltando", explica a pesquisadora. "Nós somos privilegiados com essas cenas de Campo Grande", completa Neiva Guedes.

Segundo ela, atualmente, as araras encontram aqui um ambiente saudável, com muitas frutas típicas do Cerrado, que utilizam em sua alimentação. Desta forma, elas conseguem desenvolver e muitas acabam até voltando para o interior do Estado. "Aqui tem alimento em fartura, pelo menos, por enquanto, e grande oferta de cavidades, em troncos de palmeiras mortas. Ambiente perfeito para elas, que crescem a cada ano."

"Campo Grande acabou virando um Centro de Reprodução das araras-canindés. Nós já encontramos araras nascidas aqui e dois anos depois em Aquidauana e Nova Alvorada do Sul", finaliza a bióloga, que também ressalta os projetos do IAP, tais como o Projeto Aves Urbanas - Araras na Cidade, onde são monitorados 300 ninhos na cidade.

Arara-canindé comendo as sementes de fruto de cumbaru. (Foto: Thayanne Couto)
Arara-canindé comendo as sementes de fruto de cumbaru. (Foto: Thayanne Couto)
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