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Política

Com dívida milionária e ameaças de despejos, João Amorim pede "férias" em Madri

Empreiteiro responde várias ações por dívidas, mas pediu autorização judicial para viajar à Europa

Jéssica Benitez | 27/07/2022 15:18
Amorim cheogu a ser preso em operação Lama Asfáltica (Foto Arquivo)
Amorim cheogu a ser preso em operação Lama Asfáltica (Foto Arquivo)

Embora tenha pedido autorização à Justiça para passar 20 dias em Madri, capital da Espanha, a situação financeira do empresário João Amorim oficialmente parece não permitir férias na Europa. Duas decisões judiciais recentes envolvem diretamente o empreiteiro. A primeira, do juiz Cássio Roberto dos Santos, dá 48 horas para que ele devolva chaves de duas salas em condomínio de luxo em que mantinha escritório, sob risco de arrombamento do imóvel, inclusive, com reforço policial, caso seja necessário.

A segunda, proferida pela juíza Joseliza Turine, trata de dívida milionária da Proteco Construções Ltda. junto ao governo do Estado. Amorim, proprietário da empresa, ofereceu bem no valor de R$ 9,4 milhões para penhorar, mas a soma a ser quitada é de R$ 10,5 milhões. Sendo assim, a magistrada deu prazo de 10 dias para que a diferença de R$ 1,1 milhão seja sanada.

No primeiro caso, o empresário possui duas salas em edifício localizado no centro de Campo Grande e ficou sem pagar taxas condominiais de novembro de 2014 a novembro de 2016. Em março de 2017 a dívida já estava em R$ 63,7 milhões e a quitação foi negociada. O pagamento seria feito em seis parcelas, contudo Amorim só debitou a primeira integralmente e parte da segunda.

Após várias tentativas, conforme explica o responsável pelo condomínio na ação de cobrança, a decisão foi de judicializar a questão em maio de 2018. No mesmo mês a Justiça determinou o pagamento da dívida, mas em agosto daquele ano Amorim ainda não tinha sido encontrado para notificação.

À época a filha do empresário usava as salas, porém, ainda segundo informado nos autos, não prestava informações ao condomínio sobre o paradeiro do pai.

Em fevereiro de 2019 Amorim ainda não havia sido encontrado pela Justiça, assim foi até meados de 2020 quando a defesa dele se manifestou alegando que as salas seriam colocadas a venda. Tempos depois ele voltou atrás e agora, no final de julho, após o condomínio informar que existem interessados em comprar os imóveis, mas não há como adentrar as salas porque as chaves foram retiradas da imobiliária por Amorim, a Justiça determinou que, caso as chaves não sejam fornecidas em 48 horas, as salas sejam arrombadas, mesmo que para isso seja preciso acionar a polícia.

No segundo caso, o Estado ingressou com ação em setembro de 2016 cobrando dívida de R$ 4,6 milhões da Proteco Construções junto à Fazenda fruto de impostos não pagos. Ao decorrer do processo o total chegou a ser negociado, mas, assim como na situação anterior, o empreiteiro não quitou as parcelas firmadas para que a penhora de bens não ocorresse.

Férias - O nome de João Amorim ficou conhecido após as Operações Lama Asfáltica e Coffee Break serem deflagradas, já que estava entre os investigados em ambas as apurações.

Seu passaporte está retido justamente por conta de uma das operações, mas, mesmo assim, ele entrou com pedido para viajar para a Espanha por 20 dias, sendo de outubro a novembro deste ano, mas a juíza substituta Júlia Cavalcante Silva Barbosa, da 3ª Vara Federal de Campo Grande negou.

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