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Economia

Chuva quase dobra, mas é falta de luz do sol que preocupa agricultores

Radiação solar abaixo do normal e excesso de água no solo aumentam abortamento de vagens e menor enchimento de grãos

Helio de Freitas, de Dourados | 29/01/2018 13:56
Lavoura de soja na margem da BR-163, em Dourados (Foto: Helio de Freitas)
Lavoura de soja na margem da BR-163, em Dourados (Foto: Helio de Freitas)

A chuva tem sido acima da média histórica em vários municípios produtores de grãos de Mato Grosso do Sul, mas o excesso de umidade ainda não causou grandes preocupações para os agricultores. Se continuar chovendo com intervalos de dias de sol, nem mesmo a colheita deve ser afetada, mas o que tem preocupado é a falta de luz do sol.

De acordo com a Embrapa Agropecuária Oeste, a radiação solar abaixo do normal, aliada ao solo muito encharcado pela chuva, já tem provocado o chamado abortamento de vagens de soja e até em menor enchimento dos grãos.

O pesquisador Danilton Luiz Flumignan, da Embrapa em Dourados, afirma que a ocorrência de chuva abundante na fase reprodutiva das lavouras, tão desejada pelos agricultores, veio acompanhada de nebulosidade.

“De 19 de dezembro até 23 de janeiro, a região Sul do MS esteve sob a constante presença de nebulosidade. Dos 36 dias deste período, tivemos chuvas em 30 deles. Ou seja, embora as plantas tivessem água à disposição, faltou luz solar”, afirma Danilton.

Já o pesquisador Rodrigo Arroyo Garcia, também da Embrapa Agropecuária Oeste, explica que a soja também necessita de luminosidade adequada para a fotossíntese, refletindo no crescimento da parte aérea e formação de grãos.

Outro pesquisador da Embrapa, Ricardo Fietz, disse hoje (29) ao Campo Grande News que apesar da preocupação sobre a falta de luz do sol, o problema ainda não causa grande prejuízo.

“Apesar de ter chovido bastante em alguns municípios, como Dourados, ocorre uma grande variação na precipitação. Em Dourados já choveu 280 milímetros em janeiro contra 160 normalmente registrado no mês. Mas em Ivinhema e Rio Brilhante, onde a Embrapa também tem estações, a chuva está dentro do esperado”, afirmou.

Fietz disse que o volume acumulado de chuva em Dourados tem como principal reflexo a chuva de 120 milímetros registrada no dia 2 deste mês. Segundo ele, Dourados está há 9 dias sem chuva regular, apesar de ocorrerem precipitações isoladas em algumas áreas do município.

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