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Economia

Com muita chuva em janeiro e seca em abril, milho deve ter perda de 30%

Especialista afirma que lavouras plantadas entre fim de janeiro e início de fevereiro estão prontas, mas chuvarada das últimas semanas impede colheita; estradas ainda preocupam

Helio de Freitas, de Dourados | 06/06/2016 14:21
Lavoura de milho na região de Dourados pronta para a colheita (Foto: Eliel Oliveira)
Lavoura de milho na região de Dourados pronta para a colheita (Foto: Eliel Oliveira)

A segunda safra de milho deste ano na região de Dourados, a maior produtora de Mato Grosso do Sul, foi plantada e será colhida sob os efeitos do excesso de chuva e da seca. Afetada diretamente pelos fatores climáticos, a “safrinha” deve apresentar quebra de até 30%, segundo estimativa de produtores e engenheiros agrônomos que acompanham as lavouras.

Gilberto Bernardi, agrônomo que acompanha lavouras em toda a região e faz parte da diretoria do Sindicato Rural de Dourados, disse hoje ao Campo Grande News que as estimativas apontam uma quebra de 20% a 30%, mas afirma que esses números só ficarão claros quando a colheita começar para valer.

“O milho plantado no fim de janeiro e início de fevereiro já está pronto para a colheita e o agricultor espera uma estiagem para entrar com as máquinas. O milho plantado em março ainda está verde e não sabemos como as condições climáticas ainda podem influenciar nessas lavouras”, afirmou Bernardi.

Segundo ele, o excesso e chuva em janeiro e fevereiro e a seca de vários dias em abril vão influenciar negativamente na segunda safra do milho, sem contar os 15 dias de chuva ininterruptos que ocorrem atualmente, no momento da colheita.

“Menos de 2% das lavouras de milho foram colhidas antes de começar a chover, mas as previsões indicam que estamos no fim desse ciclo de chuva e nos próximos dias a colheita começa para valer. Aí sim teremos informações mais precisas sobre a quebra, mas que haverá perda isso é certo”, disse Gilberto Bernardi.

Estradas – Se não bastassem os prejuízos por causa do clima, os agricultores da região de Dourados ainda perdem o sono por causa das estradas. Em quase todos os municípios as vias para escoamento da produção estão em péssimas condições.

Segundo os produtores, as chuvas recordes que caíram na região nos últimos três meses de 2015 e continuaram intensas na maior parte dos primeiros cinco meses deste ano, agravaram os problemas das estradas, que há anos sofrem com a falta de manutenção adequada.

“Muitas estradas estão em condições precárias e isso vai prejudicar o produtor na hora de retirar a safra de milho. Tanto Estado quanto municípios afirmam que já investiram todo o montante de recursos que tinham para essa finalidade”, afirma Bernardi.

No município de Dourados a situação mais crítica é na região dos distritos de Macaúba e Vila Formosa, onde até estudantes enfrentam dificuldade para chegar às escolas.

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