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Economia

Fronteira terá Exército de volta para evitar contrabando de gado paraguaio

Aline dos Santos | 04/01/2012 10:47

Como é proibida a entrada de animais vivos, são as transações irregulares de compra e venda do gado que deixam as autoridades em alerta.

Mato Grosso do Sul quer "fechar" porteira contra a aftosa, que arruinou economia em 2005. (Foto: João Garrigó)
Mato Grosso do Sul quer "fechar" porteira contra a aftosa, que arruinou economia em 2005. (Foto: João Garrigó)

A ofensiva para evitar que o vírus da aftosa chegue a Mato Grosso do Sul terá apoio do Exército. Ontem, o Ministério da Defesa autorizou que os militares reforcem a vigilância na fronteira do Estado com o Paraguai, onde foi descoberto outro foco da doença no Departamento de San Pedro, a 150 km de Mato Grosso do Sul. A primeira ocorrência foi em setembro do ano passado.

De acordo com a secretária estadual de Produção, Tereza Christina Côrrea da Costa, o objetivo é coibir o contrabando de animais. Como é proibida a entrada de animais vivos, são as transações irregulares de compra e venda do gado que deixam as autoridades em alerta. A fiscalização deve ser redobrada em Porto Murtinho, Bela Vista, Paranhos e Mundo Novo.

Atualmente, a região de fronteira tem 14 barreiras fixas e dez móveis para fiscalizar. Nas barreiras, ficam funcionários da Iagro (Agência de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) e policiais militares. “O DOF [Departamento de Operações de Fronteira] permanece desde setembro, com um trabalho superatuante”, salienta a secretária.

No ano passado, a descoberta da aftosa no país vizinho coincidiu com a operação Ágata 2, quando o Exército “fechou” a fronteira no combate ao tráfico de drogas e armas. À época a ordem era clara: abater animais sem identificação.

Conforme a secretária, agora a operação será com efetivo menor. A logística será definida na manhã desta quarta-feira, em reunião no CMO (Comando Militar do Oeste).

Desvio – Outra medida para evitar que a aftosa chegue ao Estado, será o pedido de que o tráfego de carretas com carne seja desviado de Ponta Porã para o Paraná. A mudança deve ser autorizada pelo Ministério da Agricultura. Ontem, nove caminhões passaram por Ponta Porã.

Em setembro, quando foi proibido a entrada de produtos vegetal e subprodutos - para evitar que o vírus da aftosa “pegasse carona” nos veículos – foi autorizado o desvio dos caminhões para o estado vizinho.

Em setembro, Exército reforçou vigilância na fronteira. (Foto: João Garrigó)
Em setembro, Exército reforçou vigilância na fronteira. (Foto: João Garrigó)

Controle – Ontem, o Ministério da Agricultura suspendeu as importações de carne de bovinos oriundos do Departamento de San Pedro. As ações também incluem a retomada da desinfecção dos veículos procedentes do Paraguai, a suspensão de todos os eventos agropecuários em Mato Grosso do Sul, nas proximidades com o país vizinho, o reforço nas ações de vigilância e de educação sanitária na região, com a identificação e fiscalização a cada 30 dias de fazendas com maior risco de vulnerabilidade.

Retrospecto - Mato Grosso do Sul registrou foco da doença em 2005, nos municípios de Eldorado, Mundo Novo e Japorã, região de fronteira com o Paraguai, e só retomou em 2008 o status de área livre de febre aftosa com vacinação.

Para “blindar” a fronteira com o Paraguai, o Estado criou a ZAV (Zona de Alta Vigilância). Só em março do ano passado caíram as restrições e o Ministério da Agricultura reconheceu a área como livre de aftosa, uniformizando a classificação sanitária de Mato Grosso do Sul.

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