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Economia

Horta agroecológica produz hortaliças sem agrotóxico em distritos de Dourados

Produção começou em 2013 no município de Dourados; dez produtores estão em atividade e mais 15 foram selecionados

Helio de Freitas, de Dourados | 08/05/2015 14:50
Horta agroecológica do produtor Vangivaldo Belo da Silva, no distrito de Vila Vargas (Foto: A. Frota)
Horta agroecológica do produtor Vangivaldo Belo da Silva, no distrito de Vila Vargas (Foto: A. Frota)

A produção de hortas ecologicamente corretas e livres de agrotóxicos está se espalhando por pequenas propriedades rurais de Dourados. Orientados por técnicos da prefeitura, dez agricultores familiares do distrito de Vila Vargas estão plantando, desde 2013, alface, salsinha, couve, cenoura, beterraba e rúcula através do projeto Pais (Produção Agroecológica Integrada e sustentável).

Em dezembro do ano passado, o programa coordenado pela Secretaria Municipal de Agricultura Familiar e Economia Solidária, com apoio do Banco do Brasil e do Sebrae, selecionou mais 15 produtores. As hortas estão sendo implantadas, sendo dez no Assentamento Lagoa Grande, no distrito de Ithaum, e mais cinco em Vila Vargas.

Hortas em círculo – Conforme o secretário de Agricultura Familiar, Landmark Ferreira Rios, o sistema é uma novidade entre pequenos agricultores que não tinham conhecimento das técnicas adotadas no projeto Pais, que consiste no cultivo das hortas no sistema de mandalas, com cinco canteiros circulares. “É projeto da administração municipal ampliar esse tipo de produção agroecológica e sustentável nas pequenas propriedades, garantindo renda e mais qualidade de vida para essas famílias”, afirmou o secretário.

No entorno do terreno existe um quintal agroecológico, onde são plantados diversos tipos de frutas e a “barreira verde” com cana e Napier, para a proteção da horta.

Cada sistema tem também um galinheiro, para criação de galinhas de forma integrada com a horta. “Os produtos são plantados e cultivados sem nenhum tipo de agrotóxico. As pragas e fungos são controlados apenas com produtos naturais, como cauda bordalesa, extrato de Min, entre outras”, explica Landmark.

A produção das dez hortas já existentes é comercializada na feira orgânica instalada na Rua Mozart Calheiros (antiga W-5), no bairro Izidro Pedroso. Toda sexta-feira os produtores expõem e vendem seus produtos nesse local. Parte da produção é vendida ao PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), para atender as escolas estaduais no município de Dourados.

Produção agroecológica integrada e sustentável começou em 2013 e neste ano está sendo ampliada (Foto: A. Frota)
Produção agroecológica integrada e sustentável começou em 2013 e neste ano está sendo ampliada (Foto: A. Frota)

Orgulho – O pequeno produtor Vangivaldo Belo da Silva, dono de um sítio de 15 hectares no distrito de Vila Vargas, é só elogios para o projeto Pais. Após tentar sem sucesso produzir frango de corte na terra da qual é proprietário há 25 anos, ele ingressou na produção de hortas ecológicas e está feliz.

“Esse projeto foi uma das melhores coisas que aconteceram em Dourados nos últimos anos e eu posso dizer que nos enche de orgulho. Com orientação e apoio, estamos produzindo de tudo, na horta e no entorno. Vendo minha produção na feira de orgânicos do Izidro Pedroso e agora assinamos um contrato com a Conab [Companhia Nacional de Abastecimento] para entregar parte da produção para o programa Mesa Brasil”, afirmou Vangivaldo.

O programa – Conforme a Secretaria de Agricultura Familiar, “produção agroecológica integrada e sustentável” é uma tecnologia social que propicia aos agricultores familiares produzir sem uso de agrotóxicos, com a preocupação de preservar o meio ambiente e proporcionar segurança alimentar e geração de renda por meio da inclusão socio-produtiva.

Em 2007 o sistema Pais foi certificado como tecnologia social pela Fundação Banco do Brasil. Em parceria com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o sistema passou a ser reaplicado em todos os estados do país.

Com a multiplicação das unidades em várias regiões brasileiras, as necessidades dos agricultores familiares também aumentaram. Em 2008, para atender as novas demandas, a Fundação Banco do Brasil reavaliou a metodologia e fez adaptações. Entre elas, a criação do coordenador geral para acompanhar os projetos, a disponibilidade de assessoramento técnico rural pelo período de 24 meses, a elaboração de novos critérios para a escolha dos participantes e o aumento dos insumos incluídos no “Kit Pais”, repassado aos agricultores selecionados para cultivar as hortas.

Para a Fundação Banco do Brasil, o sistema Pais tem o poder de transformação social e para redução da pobreza no país, valorizando o protagonismo social, a solidariedade econômica, o respeito às culturas locais e o cuidado com o meio ambiente. Com esse tipo de produção, a agricultura familiar demostra ser possível produzir alimentos saudáveis, em quantidade suficiente para atender às comunidades, fortalecendo a produção local e o respeito ambiental.

Vangivaldo é dono de um sítio de 15 hectares e antes de adotar produção agroecológica tentou criar frango de corte (Foto: A. Frota)
Vangivaldo é dono de um sítio de 15 hectares e antes de adotar produção agroecológica tentou criar frango de corte (Foto: A. Frota)
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