Leilão vai ofertar 245 animais da raça taurina Senepol, que está em ascensão
Há 14 anos no Brasil, a raça taurina Senepol tem se destacado no País por sua adaptação às condições climáticas tropicais. Além da resistência, outras características fizeram do animal um bom investimento para produtores - atributos que vão desde a maciez e marmoreio da carne até fertilidade e precocidade sexual do bovino.
Nos dias 6, 8 e 9 de dezembro acontece um leilão de liquidação do plantel Senepol Luar -criatório em Camapuã, a 133 quilômetros de Campo Grande. Serão ofertados 245 animais, sendo 80 doadores, 15 reprodutores e 150 babies (fêmeas e machos), em lotes individuais e múltiplos.
Ainda fazem parte do leilão mil embriões e 1,5 mil doses de sêmen, ainda sem pacotes definidos. A expectativa é alcançar de R$ 8 a R$ 12 milhões com o evento. “Por uma opção de negócios vamos liquidar, mas a raça é excelente. Uma das poucas raças adaptadas, resistente a lugares quentes e com pouca água”, frisou o proprietário da fazenda Lagoa, Guilherme Reich, 30 anos, onde está o criatório Senepol Luar.
No dia 6, o leilão será presencial, às 13h, no Terra Nova Centro de Eventos, na Capital. Nos outros dois dias o evento será virtual, com transmissão pela Canal Rural.
Senepol- Durante dia de campo, preparado para imprensa na manhã de ontem (24), especialistas falaram sobre a raça. Oriunda da ilha americana Saint Croix, localizada no Caribe, o Senepol tem adaptação excelente ao clima quente e ainda é resistente a ectoparasitos. É o único animal de pelo zero, o que impede a retenção de calor e reforça a adaptabilidade.
Segundo o pesquisador da Empraba, Gilberto Menezes, o animal é dócil, de caráter mocho, e tem ossatura firme e musculatura evidente. "É um individuo muito resistente e serve tanto para repasse quanto para a monta natural".
De acordo com Gilberto, quando o boi está trabalhando na busca do acasalamento, perde calor com transpiração. Estudos internacionais apontam que a taxa de sudação do Senepol é altíssima e com essa capacidade, o touro consegue ir atrás das vacas com mais saúde e disposição.
Um dos cortes de maior ascensão no país, se desenvolveu com alimentação restrita, mas com rápida engorda. "O próprio ambiente em que viviam selecionou esses animais", explicou o pesquisador.
Os primeiros relatos do tipo diferenciado de bovino aconteceu após a cruza entre a raça N'Dama e RedPoll, em 1942. "Um patriarca criava a raça N'Dama, mas ela não era produtiva, apesar de ser adaptada. Ao cruzar com o RedPOll, eficiente na reprodução, ele conseguiu um animal adaptado, com habilidade materna, quantidade e qualidade de carne, docilidade e precocidade sexual", explicou Gilberto.
De acordo com a Associação Brasileira dos Criadores de Bovino Senepol, a raça chegou ao Brasil, em Rondônia, no ano de 2000. Logo no início, apenas 11 pecuaristas criavam o Senepol, hoje, o número saltou para 40 criadores, em sete estados do país, além do Paraguai. A expansão aponta o crescimento e a confiança dos produtores nos taurinos.
A origem do nome vem da junção entre "sene" de senegalesa (origem da raça N'Dama) e "pol" da raça Red Poll.
