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Economia

Mandioca processada aumenta produção em 29% em relação a 2015

Mariana Castelar | 20/04/2016 14:47

No primeiro trimestre deste ano, o volume de mandioca processado pela indústria de fécula aumentou 29% em relação ao ano passado, e foi o maior já registrado pelo Ceapa (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, que acompanha semanalmente a atividade de fecularias desde 2006. No trimestre, a indústria de fécula processou 666,5 mil toneladas. A fécula é o amido extraído de tubérculos e raízes, como a batata e a mandioca.

A colheita da raiz também se intensificou neste mesmo período, e em março, o valor médio a prazo da tonelada de mandioca posta em fecularia foi de R$ 324,06, alta de 49,8% frente à média de dezembro, conforme dados do Cepea. Se compararmos ao ano passado, a valorização é de 69% em termos reais, valores atualizados pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) em março deste ano.

O que ocorre no mercado é que em uma temporada a produção aumenta, os preços caem e os produtores se desestimulam para o ano seguinte. Com a diminuição da oferta, a matéria-prima volta a se valorizar, servindo novamente de estímulo para a cultura, os pesquisadores explicam que esta situação atual reflete o movimento pendular que o mercado de mandioca nacional tem apresentado.

Conforme dados mais recentes do IBGE, a baixa rentabilidade da mandioca levou a área plantada a ter inexpressivo crescimento de 2% entre 2013 e 2014. Os investimentos nas lavouras, no entanto, foram pequenos e a produtividade média das áreas que estão sendo colhidas neste ano está baixa.

Já os levantamentos primários do Cepea mostram que os custos totais da produção agrícola na safra 2014/2015 estiveram entre R$ 203 a tonelada em regiões de Mato Grosso do Sul. Como em nenhuma das regiões os preços médios chegaram a R$ 170,00/t em 2015, o prejuízo sobre o custo total chegou a ser de 50% na última safra, o que reduziu a área plantada e investimentos na temporada corrente (2015/16).

Conforme pesquisadores do Cepea, a oferta de mandioca pode diminuir no segundo semestre, o que tenderia a sustentar as cotações. A definição dos próximos investimentos, no entanto, leva em conta não só os preços atuais. Em sentido contrário, pesam o endividamento de parte dos produtores, condições não muito atraentes para a obtenção de crédito, menor oferta de áreas para arrendamento e também de material de plantio, especialmente de variedades mais precoces.

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