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Economia

Mangabeira defende mudança radical para MS

Redação | 12/01/2009 13:38

Em sua segunda visita a Mato Grosso do Sul, o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, fez uma avaliação e um diagnóstico relativos ao desenvolvimento do Estado. Ele não fez promessas de investimentos; limitou-se a apresentar propostas e a fazer considerações sobre diversos setores.

A Secretaria de Assuntos Estratégicos é ligada diretamente à presidência da República e trabalha em parceria com outros ministérios. A pasta de Mangabeira não tem o objetivo de executar ações diretamente, mas de assessorar o presidente da República na elaboração de políticas públicas de longo prazo voltadas ao desenvolvimento nacional.

Mangabeira pensa em um País e em um Mato Grosso do Sul com mudanças radicais na agricultura. Para ele, é preciso promover a industrialização rural e dar características empresariais para a agricultura familiar, sem que ela perca a característica da policultura. "Não queremos o contraste: campo vazio, cidade cheia", afirma.

Ele propôs que a industrialização dos produtos agropecuários seja feita através de grandes empresas com pequenas e médias funcionando como satélites, ou através de um grupo de pequenas empresas tendo o Governo Federal operando como empresa âncora.

Outra mudança no setor agrícola planejada pelo ministro é na engenharia financeira, para que ela realmente beneficie os pequenos produtores.

Ele sugeriu ainda que Mato Grosso do Sul passe a investir na produção de fertilizantes. A importação dos fertilizantes deixa o Brasil "na mão" do cartel mundial da produção desses produtos.

Na educação, Mangabeira aposta na escola média "promovendo um ensino analítico e observador" e com as escolas técnicas fazendo uma capacitação flexível e abrangente. "Não queremos criar um fosso entre a elite e a massa", afirmou.

Paradigma modal - Alvo de elogio do ministro foi o projeto de Mato Grosso do Sul de criação de um terminal intermodal aero-rodo-ferroviário. Para Mangabeira, o projeto é uma contribuição para o Brasil acabar com a fixação por rodovia.

A mudança passa pelo projeto de transformação do Aeroporto Internacional de Campo Grande em aeroporto de cargas. Sobre o assunto, André questionou a demora da Infraero, de 8 meses, em determinar o polígono da área necessária para a ampliação do aeroporto. "A Infraero deveria funcionar na velocidade da luz e não mais de marchá ré", afirmou.

Para essa ampliação, o governo pretende desapropriar 800 hectares no entorno do aeroporto, mas precisa da confirmação de qual área será necessária. Além disso, Puccinelli exige, antes de fazer a desapropriação, que o governo dê um cronograma para a transformação do aeroporto.

As declarações aconteceram em uma reunião demorada que contou com a presença da bancada federal sul-mato-grossense, de deputados estaduais, do vice-prefeito Edil Albuquerque e de representantes de sindicatos e federações. A reunião aconteceu na Governadoria, no Parque dos Poderes, em Campo Grande.

Após assistir a uma explanação do governador André Puccinelli sobre os projetos de desenvolvimento e a situação econômica do Estado, o ministro afirmou que Mato Grosso do Sul e as outras regiões do Oeste brasileiro devem se tornar um exemplo para o país.

"No Oeste Brasileiro está concentrado este espírito de dinamismo", afirma. "Em nenhuma parte do Brasil o desenvolvimento é tão evidente como no Oeste. Que o projeto de desenvolvimento de Mato Grosso do Sul não apareça como local, mas como exemplo de um caminho nacional.

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