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Economia

MS é um dos estados que mais crescem no agronegócio, diz pesquisador da USP

Fernando da Mata | 27/01/2012 09:24

Para Neves, estado é um dos melhores posicionados no cenário nacional por ter pouca gente, muita área e economia diversificada

Professor da USP Marcos Fava Neves, durante palestra no Showtec (Foto: João Garrigó)
Professor da USP Marcos Fava Neves, durante palestra no Showtec (Foto: João Garrigó)

Com exportações que devem atingir os US$ 100 bilhões este ano, o agronegócio brasileiro está se expandindo cada vez mais no cenário econômico internacional. Neste contexto, Mato Grosso do Sul é um dos estados brasileiros que mais contribuem para isso.

Afirmação é do professor PhD Marcos Fava Neves, da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, que também traçou um breve panorama da economia sul-mato-grossense em entrevista ao Campo Grande News.

“Mato Grosso do Sul é um dos melhores posicionados porque tem pouca gente, muita área e uma economia que está se diversificando. Eu diria que é um dos estados com uma das maiores taxas de crescimento e que não tem um endividamento elevado”, detalhou o pesquisador, enfatizando que a situação está confortável para poder olhar os próximos 15 anos.

“Tem que diversificar negócios e colocar outras atividades. No geral, é interessante que se tenha uma usina, uma soja, milho e outras culturas que possam ser desenvolvidas de maneira econômica na região, pois se o preço de uma estiver ruim, o preço da outra está bom e a economia não sente”, especificou Neves.

O professor da USP veio a Mato Grosso do Sul para fazer palestra no Showtec, em Maracaju, na quarta-feira (25). O tema abordado foi a profissionalização, competitividade e sustentabilidade da agricultura brasileira.

Durante a palestra, Neves enfatizou que o agronegócio contribuiu para a redução da desigualdade social no Brasil e que dá para aumentar a produção de alimentos e a de biocombustíveis ao mesmo tempo.

Dados apresentados pelo professor da USP apontam que as exportações do agronegócio brasileiro saltaram de US$ 79 bilhões para US$ 95 bilhões em apenas um ano.

“Em 1994, o Brasil era irrelevante. Passados 17 anos, o Brasil se tornou o principal país que fala nos eventos mundiais de agronegócio. Antes, a gente pagava para assistir congressos. Agora, nós somos pagos para falar em congressos. Essa é a inversão que aconteceu em um intervalo de tempo muito pequeno”, brincou o professor da USP durante a palestra na Showtec.

Dentre as vantagens que o agronegócio brasileiro tem no mercado internacional, o fato de vender muitos produtos e de ter mercados diversificados, de acordo com o pesquisador, que enfático ao defender o setor.

“Quem traz o dinheiro para o Brasil é o agronegócio. A sociedade urbana precisa entender isso”, afirmou Neves.

Showtec - Com mais de 600 tecnologias à mostra, o Showtec realizado desde quarta-feira (25) em Maracaju, distante 160 km de Campo Grande, já um dos maiores eventos do agronegócio do Centro-Oeste brasileiro. Atividades terminam nesta sexta-feira (27).

Segundo o diretor-executivo da Fundação MS, Dirceu Luiz Broch, o foco deste ano foi mostrar alternativas para recuperação de nove milhões de hectares de pastagens degradadas em Mato Grosso do Sul. O tema do Showtec é ‘produção de alimentos com consciência ambiental’.

Dentre as 600 tecnologias expostas no Showtec, estão 80 variedades de soja, 70 híbridos de milho e 85 tratamentos para proteção de plantas contra pragas, insetos e doenças.

Sistemas de integração lavoura-pecuária, a cana-de-açúcar ligada à agroenergia, mostra de agricultura familiar e máquinas e implementos agrícolas de precisão também tiveram espaço no evento, que teve mais de 50 palestras de pesquisadores e especialistas por meio de giros tecnológicos.

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