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Economia

Contra aftosa, MS fecha fronteira a partir de 2ª e sugere desvio para o PR

Aline dos Santos | 24/09/2011 10:50

Depois de animais, o veto agora é à entrada de produtos vegetal e subprodutos

Animais estão sendo abatidos no Paraguai (Fonte: Divulgação SENACSA)
Animais estão sendo abatidos no Paraguai (Fonte: Divulgação SENACSA)

O decreto "fechando" a fronteira entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai, que será publicado na próxima segunda-feira, tem prazo de validade indeterminado.

O veto é à entrada de produtos vegetal e subprodutos para evitar que o vírus da aftosa “pegue carona” em veículos e chegue ao Estado. “Pode valer por dois, três, 30, 60 dias. Vai depender do momento e de informações mais precisas”, afirma a secretária estadual de Produção e Turismo, Tereza Christina Côrrea da Costa.

No período de vigência do decreto, a sugestão do governo é que o Ministério da Agricultura autorize o desvio do tráfego dos produtos de origem vegetal (como soja, milho e sementes) para outro local. Uma das sugestões é o Paraná.

De acordo com a secretária, o fluxo diário em Foz do Iguaçu chega a 500 caminhões, enquanto que na região de fronteira do Estado o total é de 30 caminhões por dia. “Se aumentar para 530 por dia não vai mudar nada”, avalia. Tereza Christina relata que já conversou com representante do Paraná, mas a mudança na rota depende de aprovação do ministério.

O período de fronteira fechada para os produtos agropecuários de origem paraguaia vai servir para que Mato Grosso do Sul monte a logística das barreiras móveis e fixas. Quinze já foram ativadas. Nestes locais, os veículos são desinfetados.

O trânsito de animais – como suínos, bovinos e ovinos - entre Brasil e Paraguai já estava proibido desde a última terça-feira, um dia depois do anúncio da descoberta do foco da doença no Departamento de São Pedro, a 130 km de Mato Grosso do Sul. Foi determinada a suspensão temporária da importação de animais vivos e produtos in natura provenientes do país vizinho.

Guerra – Na estratégia de guerra contra a aftosa, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, assegurou que a Operação Ágata 2, desenvolvida pelo Exército, vai continuar por pelo menos mais 14 dias na região de fronteira. Originalmente, a ação era contra o tráfico de drogas e armas.

Mato Grosso do Sul registrou foco da doença em 2005 nos municípios de Eldorado, Mundo Novo e Japorã – região de fronteira com o Paraguai – e só retomou em 2008 o status de área livre de febre aftosa com vacinação.

Triste - Presidente da Famasul (Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul), Eduardo Riedel, é favorável ao aumento das restrições de circulação de produtos entre os dois países. “Basta lembrar 2005, foi muito triste ver as pessoas perderem o emprego, o acesso ao trabalho”, afirma.

Ele lembra que na época, a descoberta do foco de aftosa proibiu até o comércio de melancias em Eldorado, uma das principais culturas da região. Riedel explica que o volume de circulação de produtos de origem vegetal entre o Estado e o Paraguai é baixo. “Mas temos que minimizar a entrada de produtos com potencial de contaminação”, salienta.

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